segunda-feira, 31 de março de 2008

fofices do design V

Os slings são pouco conhecidos no Brasil. O bebê da imagem acima está dentro de um sling, para quem nunca viu um. Estudos mostram que esse é o melhor método de ficar com seu bebê recém-nascido, mesmo dentro de casa. Os motivos são vários: o bebê fica em posição quase fetal, muito familiar e confortável, ele aproveita o calor do corpo da mãe ou pai, ele ouve as batidas do coração ao qual estava tão acostumado e por fim ele está sempre em contato com um ser humano. Ainda tem um plus: nossa movimentação embala gostosamente o sono dessas coisinhas pequeninas. Se tem uma coisa que nunca vai ficar outdated ou ser considerado baranga é usar seu sling com seu filho dentro, seja lá com o que for que você estiver vestindo. Se for o pai usando, então, vai ficar um charme irresistível.

domingo, 30 de março de 2008

as pajens e eu: conversa na sala de espera I

Levei a cria menor no pediatra outro dia. Como era encaixe, tomamos um chá de cadeira de algum tempo. Enquanto esperávamos, entraram no consultório um menininho, a babá (fácil de identificar porque estava toda de branco com aquela redinha com lacinho de gosto para lá de duvidoso no cabelo), uma senhora e o motorista (também fácil de identificar). As crianças começaram a brincar e puxei assunto. 
A conversa:-Que idade ele tem?-perguntei para quebrar o gelo.
-Tem 3.-respondeu a senhora.
-A senhora é a avó dele?-perguntei.
-Eu? Não senhora, eu trabalho na casa dele. Acontece que a mãe dele não confia na babá para trazer o menino no médico, então eu tenho que vir junto.-respondeu ela em voz baixa para a babá não ouvir.
-A babá é nova?-perguntei.
-Não, ela está lá faz mais de um ano.

Nesse diálogo tão curto, pergunto: vocês não acharam nada de estranho? E olha que não estou falando da gramática, pois essa é duvidosa mesmo!

sexta-feira, 28 de março de 2008

got milk?

Amamentar não acontece facilmente para todas as mulheres. Muitas tem que lidar com o choque da maternidade (às vezes demora para cair a ficha. Com a minha primeira cria só fui saber o que estava acontecendo 1 semana depois que ela nasceu), outras com pontos da cesária, complicações do parto natural, família na maternidade, descanso insuficiente e dormir que é bom nada. Isso sem falar das dificuldades em amamentar propriamente dita. 
Não bastasse tudo isso, você que está com a alto-estima lá embaixo, descabelada e sem tomar banho faz 2 dias ainda se sente pior porque tem que vestir um soutien de amamentação que faz os uniformes de campos de concentrações parecerem haute-couture (ainda mais porque agora eles seriam "vintage").
Até entendo (mas não aceito) que as cores desses soutiens-uma gama infindável de branco, bege e champagne-sejam para não assustar ou distrair o bebê na hora de mamar (você sabia que o mamilo fica mais escuro para que o bebê consiga localizá-lo mais facilmente? A visão de um recém-nascido é pior do que a do Mr. Magoo). O que não aceito são os modelos. Essa coisa charmosa aí de cima é da linha da Elle Macpherson, supermodel que virou mãe e nunca deixou de gostar de mesma. Pergunto: custa colocar uma rendinha ou um lacinho em um soutien? Eu aposto como isso pode diminuir a incidência de depressão pós-parto!

quinta-feira, 27 de março de 2008

as pajens e eu: introdução


Minha avó tem 90 anos e não há ninguém na face da terra que consiga que ela chame babá de babá. Para ela é pajem e ponto final. Coisa fofa. 
Daqui para frente deste texto tenho perfeita consciência de que estou pisando em ovos e de que não tenho nenhuma qualificação para ser malabarista do Cirque du Soleil (aonde ví um número onde duas meninas chinesas equilibram-se em lâmpadas. Isso mesmo, todo o peso delas em lâmpadas). Mas tem coisas que eu não consigo só assistir, além disso infelizmente eu tenho uma atração muito forte que me faz mexer em casa de maribondo mesmo saindo picada. 
Passo mais tempo do que gostaria ouvindo leva e trás do anjo-da-guarda aqui de casa com as colegas de trabalho. Fico de cabelo em pé com coisas do tipo: a patroa* pede que ela (a babá) desça do carro no meio da rua e que vá a pé de volta para casa toda vez que  ela, patroa*, se irrita coma moça. Ou da patroa* que não acredita que os empregados precisem comer, então não compra comida para o resto da casa, só para a família. Ou a história da moça que fica acordada a noite toda com o bebê porque os pais* não querem ouvir nenhum choro durante a noite (!!!!) e ainda tem que passar o dia todo cuidando dessa criança, sem um minuto de descanso. Tem também a da que mantém a babá acordada até as 2 da manhã porque o filho só dorme a essa hora. Mais uma? Então tá: que tal a do patrão* que não quer nem ver a cara das pessoas que trabalham na casa dele e elas tem que passar escondidinho e nem podem lhe dirigir a palavra? Daonde sairam essas histórias tem muito mais, posso passar horas aqui escrevendo, mas não vou me estender; acho que com um pouco de sensibilidade já deu para ter uma idéia daonde quero chegar.
Antes de mais nada, se eu contrato uma pessoa que vai trabalhar dentro da minha casa é porque eu tenho 100% de confiança nela. Se eu tiver 0,00001% de dúvida, essa pessoa não vai entrar na minha casa. Quando eu contrato uma pessoa para tomar conta do bem mais precioso de minha vida, as minhas crias, eu vou tratá-la no mínimo com respeito e consideração. Como eu trataria qualquer outro ser humano sem me comportar como sinhazinha de casa grande. Eu tomo conta de meus filhos (gosto muito de ficar com eles) com bastante frequência-felizmente trabalho em casa, muitas mulheres não tem essa sorte. Aconteceu algumas vezes-não sou perfeita, ora bolas- que quando estou com eles depois de uma noite mal dormida eu perco a paciência. Imagino se fosse outra pessoa no meu lugar. 
Ah, tem a história da patroa que queria que a babá folgasse 1 vez por mês. Ela disse então para a patroa: "A senhora aguenta ficar com seus filhos mais do que 15 dias seguidos? Pois eu também não aguento." Mulher lúcida, esta. 
Voltando ao meu ponto de vista, que é muito curto: respeito é bom e todo mundo gosta. Lembrem-se: não há dinheiro nesse mundo que compre o carinho que essas mulheres tem com nossas crias.

* os nomes foram trocados para proteger quem não merece. 

quarta-feira, 26 de março de 2008

a senhora quer uma bolinha de queijo?

NÃO. Também não quero mais risólis, coxinha ou crepe no palitinho. Nem passe perto com essa bandeja de croquetes. Leve essa maldita cestinha de salgadinhos da minha mesa AGORA!
Francamente não entendo porque festas infantis tem que ter salgadinho e petiscos gordurentos. Se em festa de gente grande isso não é de bom tom faz tempo, porque é aceito em festas de crianças? Alguém já prestou atenção (eu já, e muito) e notou que as crianças não comem salgadinho, a não ser forçadas? Elas comem com gosto hot dog, pizzinha e pipoca; às vezes hamburguer e, vá lá, pastel. Os salgadinhos sobram para nós, gente grande. Vocês sabem o quanto a gente tem que malhar depois para tirar essas calorias todas do nosso corpo? Sabem sim. Vocês já pensaram no regime que estão tentando fazer e que nunca conseguem por causa dessas festinhas? Já pensaram que com 3 festas por mês ninguém aguenta mais olhar para salgadinho? 
Deixo aqui um apelo à imaginação das mães que planejam as festas da aniversário de suas crias: use sua criatividade! Você não é obrigada a servir o que todo mundo serve, nem a aceitar o arroz-com-feijão que o buffet oferece porque dá menos trabalho para eles (afinal, você está pagando!). 
Antes de mais nada, queremos que nossos filhos comam melhor e mais saudável. Ou não? Não existe motivo nenhum para não planejar um menu saudável e divertido para todos, light e com bom gosto. Assim estamos ensinando nossas crias, estamos quebrando hábitos ultrapassados e eles terão uma vida melhor no futuro. Não estou falando em servir carne de soja grelhada e suco de alfafa, mas de algo que surpreenda tanto as crianças como os adultos, que deixe todo mundo feliz e com ânimo para encarar a outra festinha que vai rolar daqui a 4 dias. 
Meus culotes agradecem a atenção.

segunda-feira, 24 de março de 2008

fofices do design IV

David Grass é um designer de Amsterdã preocupado com o meio ambiente e com a vida útil das peças que produz. Nada que é produzido desaparece do mundo, simplesmente quando você joga fora. Grass tem a consciência de que não é porque sumiu de sua vista que sumiu do planeta. Reciclar é sua motivação, e essa cadeira é o resultado. Sim, é para crianças, tamanho liliputiano. A melhor coisa é que, com ajuda de uma 'gente grande', as crianças podem participar da montagem da cadeira, o que a deixa ainda mais especial.

na direção, em todas as direções

Não bastasse ser uma mulher na direção, é uma mãe. Não bastasse ser mulher e mãe, ainda faz questão de andar a 13 KM/H. Atenção: aquele que não andar falando no celular no trânsito que dê a primeira buzinada. Mulheres tem razão para dirigir devagar, sabiam? 
Para iluminar algumas mentes pequenas e apressadas:
a. a cria acordou às 5:45 hoje procurando desesperadamente a bolsinha que ganhou ontem da vovó sabe-se lá o porquê e precisa dormir no caminho da escola para não surtar no final do dia e fazer a vida de todo mundo um inferno até a hora de ir para cama.
b. o baby está precisando de ajuda para apagar e deixar mamãe dormir um pouco ela mesma até a hora da próxima mamada. E diga-se de passagem, qualquer chacoalhadinha acorda a criatura na cadeirinha de bebê.
c. mamãe está separando a briga que está rolando no banco de trás (enquanto dirige) e tentando convencer a uma das crias a emprestar o maldito carrinho para o outro.
d. mamãe está concentrada em manter a cria que está exausta bem acordadinha até chegar aonde tem que chegar-se ela dormir antes, não vai ter a menor chance da mamãe e do papai namorarem até lá pela meia noite. Hora, aliás, em que a mamãe vira abóbora.
e. tem umas loucas que além de combinar c+d, a+c ou qualquer outra combinação adicionada à soma de 'dirigir+prestar atenção no mundo ao seu redor', ainda atende o diacho do celular. Coisa que particularmente jamais faço. Celular no meu carro está perpetuamente desligado. Ei, não estou aqui para julgar ninguém, não me interprete errado. Cada um sabe do seu. Mas gostaria que você considerasse duas vezes antes de atender a chamada com esse barraco todo acontecendo dentro do seu carro, ok?
Deu para ter uma idéia, não é? Posso mudar de tópico? Ok, aqui vai: tem coisa mais irritante do que batedores no trânsito ignorando a vida de todos os outros só porque o carro da frente está pagando e dirige cagando (desculpem, mas a palavra é essa mesmo) para o batedor que está tentando ir coladinho atrás? Tá bom, motoboy é mais irritante, mas isso é outra história. Que eu saiba batedor não é como 007, isto é, não tem licença para quebrar todas as leis e fechar carros alheios (pelo menos se algum deles fosse a cara do Pierce Brosnan ou Sean Connery dava para perdoar). 
Agora a outra história:motoboys. Essa palavra basta por sí só ou preciso me estender? É, achei que não precisava, mesmo.


domingo, 23 de março de 2008

fofices do design III

Imagine (imaginar? E precisa? Não basta olhar para dentro de casa?)que sua cria tenha uns 34 bichinhos de pelúcia espalhados pelo quarto e arredores, e que com mais frequência do que você gostaria, esses ursos, coelhos e cachorros invadissem o resto do lar que você tenta (em vão) manter em ordem. Sem falar que ficam eles espalhados pelas estantes e armários só tomando pó. Sua cria brinca com um, eventualmente, por uns 2 minutos e 16 segundos cronometrados a cada 2 meses. Mais uma vez, uma mãe inconformada com toda essa zona inventou um lugar para guardar toda a fauna que serve de condomínio para todos os tipos de ácaros: em um puff. No site da Boon, dá para ver melhor esse e outros produtos bacanas para o dia a dia de uma cria contemporânea.

sexta-feira, 21 de março de 2008

coelhinho da páscoa, que trazes para mim?



Um ovo, dois ovos, três ovos assim.
No último dia de aula antes do feriado, na entrada da escola só se vê mães com sacolas, sacolinhas e pacotinhos. Ovos e chocolates de todas as formas e tamanhos de presente para as "tias", que vão engordar 4 kilos só no final de semana, afinal ninguém é de ferro e mesmo que alguma mulher não goste de chocolate, quando bate a TPM fica difícil de resistir. Acho bacana comemorar datas (Páscoa, dia do professor, Natal etc), mas não gosto da obrigação de dar presentes que absolutamente todas as outras famílias vão dar também. Acompanho o mau humor e as reclamações das mães com o absurdo do preço das coisas, da obrigação de dar algo (afinal todas as outras mães estão dando uma lembrancinha para as "tias") e o tempo gasto em conversas só sobre o assunto que começam duas semanas antes de cada ocasião festiva. Devo ser uma das poucas mães neste planeta que ainda preferem que suas crias levem uma maçã de presente para a "tia" no dia do professor, uma cenoura de verdade na Páscoa ou um desenho feito pelas crias no Natal. A primeira coisa que faço é perguntar às crias o que elas querem dar de presente. Porque vem do coração. Porque assim elas participam da criação do presente (nem que seja escolher a maçã na feira) e isso o torna delas. Pureza e simplicidade acima de tudo, pois assim são as crianças.

segunda-feira, 17 de março de 2008

fofices do design II

Nada como juntar a fome com a vontade de comer: apresento aqui para quem ainda não teve o prazer a tutuseta. Idéia da Tu For Tee. Fofice pura em forma de camiseta que já vem com seu tutu costurado na barra. A coroa e a varinha de condão ficam por sua conta.

fofices do design I

Toda menina sonha em ter sua casinha de bonecas. Todo menino sonha em ter seu clube. A gente cresce e a vontade não desaparece. Quando a gente tem filhos, tem a chance de realizar muita coisa que não fez quando criança, não é? Poucas crianças, porém, sonham com uma casinha de proporções de desenho animado. Um pai (ou seria criança grande?) inconformado com os produtos que haviam disponíveis no mercado construiu uma casinha para sua cria do jeito que ele achou que tinha que ser e voilá, nasceu um business. A Kids Croocked House que fica no Maine realiza o sonho de muitos adultos que nunca cresceram e fabrica as casinhas para crianças mais bacanas dos Estados Unidos. Agora sá falta achar alguém que tenha feito os móveis com o mesmo conceito...

sexta-feira, 7 de março de 2008

emergência



Outra noite tive que fazer um número que particularmente detesto:tirar minha cria da cama e levá-la ao ambulatório. Ele estava gritando de dor no ouvido, e depois de medicá-lo com anti-inflamatório e não fazer nenhum efeito,às tantas da madrugada, não tive escolha. O ambulatório estava cheio de crianças e pré-aborrescentes. No meio da madrugada. Achei muito triste ver tanta gente pequena doente. Cortou meu coração. A gente sempre se preocupa com o próprio umbigo (e os das crias, no máximo) e não percebe que a situação do vizinho pode ser bem pior. Esperamos uma hora e quarenta minutos para sermos atendidos. Não havia nenhum sistema de triagem, as crianças eram atendidas por ordem de chegada. Uma hora e quarenta minutos depois de assistir mais Big Brother do que sempre quiz-paro aqui para uma observação:em um ambulatório infantil a gente espera que pelo menos a TV esteja ligada em num canal apropriado para a idade das crianças e não a rede Globo, não?-fomos atendidos. 
Entrei na sala pedindo desculpas para a pediatra por estar alí num horário daqueles (mais tarde, pensando bem não tem cabimento eu pedir desculpas, mas me senti assim na hora.) e a doutora deu um sorriso quase sarcástico que não entendí. Enquanto ela examinava minha cria (que sim, estava com muitos bunnies dentro do ouvido que precisavam sair da toca) ela foi me contando os casos que ela atendeu antes de nós:um menino com frieira no pé. Uma pré-aborrescente com uma espinha na cabeça. Um menino que estava com 37,5ºC de febre fazia uns 40 minutos. Não, não estou inventando isso, eu não tenho uma imaginação fértil dessas desde que o Tico e o Teco começaram a fazer revezamento para me manter acordada e respirando depois do nascimento da primeira cria . E atrás de nós, acompanhei depois, uma bebéia de semanas que precisava ser internada por algum motivo, também esperando por mais de hora para ser atendida.
A falta de triagem no ambulatório é uma coisa, a falta de bom senso dos pais para estar em um ambulatório no meio da noite é outra. Não interessa se é só porque o convênio paga. Se não é uma emergência, vá ao médico no dia seguinte! Quando a irmã de Paris Hilton (the queen of socialites), Nick, lançou faz uns 2 anos uma coleção de roupas com seu nome, um dos jornalistas de moda escreveu uma matéria de poucas linhas (não precisava nem merecia mais) a respeito e terminou com a seguinte frase: "It's not because you can that you should."