sexta-feira, 29 de maio de 2009

ac/dc

Esta vai ser uma conversa de mulher para mulher, se os homens quiserem se retirar para a sala de televisão e falar sobre futebol ou mulheres gostosas nós não vamos nem notar. 
Queridas, quero conversar sobre as duas fases de nossas vidas: AC/DC. Não estou falando da banda de rock nem de Cristo. As siglas querem dizer Antes de Crianças e Depois de Crianças. Por mais que você repita à exaustão para si mesma que sua rotina ou seu relacionamento com sua cara metade não iriam mudar por causa de filhos, você sabe lá no fundo que está vivendo na ilusão. Desça já desse bonde que ele não vai te levar a lugar algum. Tudo mudou, até mesmo o jeito que você se olha no espelho de manhã, quando dá tempo.
Entre tantas coisas que mudaram em sua vida DC, uma delas é que nenhuma conversa civilizada entre adultos que você terá deixará de incluir tópicos que giram ao redor de cocô, xixi, marcas (de fraldas, leite em pó, lencinhos humedecidos etc), hora da soneca e cardápios de papinha; suas variantes e não necessariamente nessa ordem. Outros grandes tópicos de discussão incluem chupeta versus dedo, avós, amamentação versus leite em pó e muita fofoca de comparação entre um método de educação e outro. Se os outros adultos com quem você está conversando não tiverem filhos, não tem problema. Você achará uma brechinha para incluir algum comentário dos tipos mencionados acima, quer ele esteja interessado, quer não. Algumas vezes com fotos intermináveis.
Agora, olha só a ironia: você se lembra em sua vidinha AC de quantas noites passou acordada, bebendo em cima de salto alto, dançando e curtindo seus amigos? No dia seguinte até ia trabalhar, um pouco lesada mas feliz da vida. Seu lado DC é muito parecido: você passa noites acordada, dançando e cantando para um bebê, só que descalça. No dia seguinte tem que levantar e fazer tudo de novo, feliz da vida. Exausta, mas feliz. AC: você lembra quando as pessoas ligavam para saber de você? DC: as pessoas ligam para você. Para saber do bebê, se ele está mamando bem, se cresceu, se tem cólicas.
Então você se pergunta: o que diabos estou fazendo???? Será que isso tudo vale a pena? Queridas, até hoje não conheci uma mulher que não faria tudo de novo sem sequer pestanejar.

sábado, 23 de maio de 2009

ser mãe é....levar porrada.

Hoje não estou tão sutil assim para usar essa frase como licença poética ou metáfora. Não, ser mãe é levar porrada mesmo. Dói. Não podemos demonstrar nem nosso susto com o destrambelho. Temos que dizer que "Não foi nada, Penélope Charmosa" ou "Foi um acidente, Salsicha, está tudo bem". Não está não. Já falei que dói? Na maioria das vezes não tem nem como disfarçar, como no meu caso, que estou andando em público sem um naco da pele do nariz. Já faz 4 dias. Charming
No começo a gente tem os mamilos mordidos enquanto amamenta. Vocês homens já levaram mordidinha de filhote de gato ou cachorro com aqueles dentinhos afiados no saco? É o equivalente. Um dia você se pega com sua cria no colo e pimba! Antes que possa reagir levou uma cabeçada e abriu o lábio. Ou os dois-já passei por isso. Acontece algumas vezes ao ano.  A cabeçada pode gerar também um olho roxo. Criança no colo acaba em orelha rasgada-também, quem mandou usar argolas?-e tufos de cabelo na mão da Penélope Charmosa. Tufos esses que você tinha acabado de fazer uma chapinha. Se o cabelo for crespo melhor ainda para os dedinhos do Salsicha.
A coordenação motora deles-ou melhor, a falta de- é nosso pior inimigo. Ela não se afia por muitos anos e nosso martírio não acaba. Fofoquinha está com 6 anos e na fase da sanfona: alarga e cresce. Alarga e cresce. Quando cresce, leva algumas semanas para se acostumar com suas novas proporções, o que faz com que ela vire uma revoada inteira de hipopótamos-de tutu cor-de-rosa, por favor-em uma loja de cristais. Não tem noção de força e meu fígado acaba em paiard. Um simples abraço pode acabar em torcicolo.
Quando a gente leva os filhos na escola e tem uma mãe com o rosto-por que tem que ser sempre no rosto????-machucado, as outras nem se abalam. Ninguém pensa em perguntar se ela "bateu com o olho na porta" ou se a coitada quer ir até a delegacia da mulher. Todas sabemos que foi mais um episódio de abuso. Infantil.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

fofices do design: miles big game



É um tapete? É uma pista de carrinhos? É uma minhocona? É divertido!
Se Matraca-Trica (ab)usa do aparador da sala como pista, imagine neste tapete! Uma amiga querida me mandou um email com essa dica e preciso dividir com vocês. A galeria très française Balouga que é especializada em móveis infantis vintage cresceu, virou loja na internet e começou a desenvolver uma série exclusiva de objetos. O tapete Miles Big Game é uma dessas preciosidades. Um zilhão de cores para escolher, dois formatos e tamanhos a sua escolha.  Os carrinhos e o divertimento são por conta se seu filho.

domingo, 17 de maio de 2009

attention all shoppers!



Fofoquinha descobriu aonde é o botão que desliga escadas rolantes. Muito orgulhosa de seu feito, mostrou ao Matraca-Trica.
Preciso escrever com todas as palavras ou já deu para entender o que acontece em todas as escadas rolantes dos shoppings e supermercados quando eu pisco os olhos (mães deveriam piscar um olho de cada vez. Não me conformo com esse defeito genético)?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

lalaland

Fofoquinha mudou-se. Assim, sem grandes alardes. Não faz muito tempo. Antes ela passava um tempinho curto, quase imperceptível fora e depois voltava. A vida continuava. Começou a sair mais vezes. E mais. Sua ausência foi crescendo e os segundos viraram minutos. Não senti falta de nenhuma de suas coisas, ela não levou absolutamente nada dela. Nem a roupa do corpo. aliás, nem senti falta dela por algum tempo. Não sei aonde anda a educação dessa menina: não avisa que vai, não pede para ir e não diz quando vai voltar.
Ela vem nos visitar de vez em quando. Muito de vez em quando. Quando está presente, me conta que foi para uma terra mágica, só dela: Lalaland. Lá ela é princesa, mora em um castelo e passa o dia no jardim com fadas, unicórnios e príncipes. Cuida de bebês dinossauros, dirige carros cor-de-rosa e quando entra no mar vira sereia. Lê álbum de figurinhas para coelhos, gatinhos e a Pucca.
Sim, Lalaland fica em um universo paralelo. Não poderia ser diferente. Todos nós temos um conhecimento básico de física quântica que aprendemos em filmes de ficção científica. Sabemos bem como é esse tipo de viagem. A noção de tempo nesses lugares é completamente diferente. Em Lalalad o tempo passa muito rápido. Mas por aqui é como se ele tivesse parado. E tem mais: apesar de todo o desenvolvimento tecnológico, a linha de comunicação entre os dois universos ainda está engatinhando. Antigamente a gente ligava para a telefonista e pedia a ligação. Desligava o telefone e esperava que ela ligasse, meia hora mais tarde, com a chamada. Assim é entre Lalaland e aqui: eu chamo, chamo, chamo e, com sorte, meia hora depois sou atendida. Voltando ao assunto do outro post (noia), é por isso que as mulheres falam 3 vezes mais do que homens. Porque entre outras coisas chega um dia em que as crias mudam-se para um mundo mágico paralelo e nós deste lado temos que administrar a vida, no horário em que as coisas tem que acontecer: arrumou o quarto? fez a lição de casa? tomou banho? Lavou bem o bumbum? Escovou os dentes? Deixa eu ver. Já está pronto para sair? Como assim ainda não colocou o sapato?? Estamos atrasados! Pegou o casaco?
Será que isso é um treino para a aborrescência? Deve ser.
Um dia nossos filhos vão sair de casa. É inevitável- e se não sairem, vai chegar o dia em que a gente tem que chutá-los para fora do ninho sem dó nem piedade. Quer eles queiram, quer não. Mas começar assim cedo é para deixar qualquer mãe num mau-humor tão profundo, numa frustração tão grande que tem horas que a gente tem vontade de dar a cria de presente para a primeira cigana que passar na rua. Ou não dá?


quarta-feira, 13 de maio de 2009

a cegonha chegou

Isso não quer necessariamente dizer que você tem que sair correndo para ver se consegue acenar para ela do quarto da nova mãe na maternidade.
A cegonha vai trazer uma bebéia loguinho para uma amiga. Ela, coitada e barriguda, já fazendo preparativos estressantes para receber as pessoas na maternidade. Eu já avisei: não vou em maternidade. Nem que deem o meu nome ao bebê. Sei que ela vai me agradecer depois.
Não acho educado (não é educado, gente! acordem para a realidade!), não acho necessário e não acho justo com mãe e bebê. Pense bem na situação: você acabou de dar a luz. Uma experiência traumatica, não importa se foi parto normal ou cesárea. Ou você está deitada de lado com uma bolsa de gelo entre as pernas ou cheia de pontos e esperando um monte de gases sairem. De qualquer modo, você está dolorida. Incomodada. Precisa descansar e dormir. Quer conhecer aquela coisiquinha tititica que acabou de sair de você. Precisa desesperadamente de um banho, precisa lavar a cabeça toda suada. Está sangrando abundantemente. Você e bebê estão tentando amamentar. Tem também que aprender a dar banho e trocar fralda. Tenta pentear o cabelo sujo e colocar um pouco de makeup mas não adianta (repito: NÃO ADIANTA! Basta olhar para as fotos depois!) e não dá tempo para processar tudo o que aconteceu porque você é anfitriã de balada pelos próximos dias que ficar no hospital. Jura de pé junto que você quer receber visitas nessas condições? De verdade mesmo? Acho bem difícil acreditar. 
Eu entendo que havia uma urgência antigamente de ver o tal bebê novo, as chances de ele sobreviver não eram grandes. Os tempos mudaram, o costume ficou. Cabe a nós mudarmos. Conversando com algumas mães, elas me disseram preferir que as pessoas vão a maternidade do que em casa. Também não é para ir em casa, pelo menos antes dos 2 primeiros meses. Ponto. O bebê não vai a lugar nenhum, a mãe muito menos. Tenham piedade da nova família, principalmente se for a primeira cria.

sábado, 9 de maio de 2009

fofices do design: crazy forts


Honestamente me sinto como se estivesse tentando parar de beber e a uma força do mal com chifrinhos e um rabo pontudo me oferecesse um drink atrás do outro para me tentar. Qual outra explicação seria mais plausível para o que acontece comigo? Não consigo passar uma semana sem dar um clic no mouse que não me dirija a um site com algum produto novo para crianças em forma de casinha ou qualquer coisa do mesmo gênero. O Crazy Forts lembra minha infância: nos quartos da fazenda haviam beliches. Eu e minha irmã passavamos intermináveis horas fazendo cabanas com lençóis e colchas (minha mãe deveria amar essas tardes!),  presos no estrado do colchão do segundo andar. Esse é o princípio do Crazy Forts. Uma estrutura que você monta como quizer e joga lençóis em cima. Entre as peças de armação, existem as que tem luz-OBA! 

quinta-feira, 7 de maio de 2009

seja homem!

Sabe qual é a grande diferença entre os sexos? Pois eu vou te contar: a bolsa. E não adianta nem ser uma diaper bag bacana para homem, como essa acima. Os homens não usam e pronto. O princípio da carteira masculina aplica-se aos seus filhos do mesmo jeito: se não cabe no bolso da calça, eles não vão levar.
Quando uma mãe sai com sua cria, uma sacola vai junto. Ou duas. No meu caso, já foram até 4. Só para ir até a casa da vovó. Novamente, o mesmo princípio da bolsa feminina extende-se à bolsa da criança. Como mãelher, é óbvio que vou pensar em todos os cenários possíveis e estar preparada para enfrentá-los antes de sair de casa. Quando se tem filho, em dobro. No meu caso, em triplo (a minha bolsa, as tralhas de Fofoquinha e as tralhas de Matraca-Trica). 
Quando os dois eram menores, ia minha bolsa-com tudo o que tinha direito dentro: maquiagem, carteira, perfume, necessaire (nem me pergunte o que tinha dentro, era um buraco negro. Tinha desde pinça de unha e esmalte até remédio), necessaire com absorventes íntimos e o.b., caneta, bloco de papel, chiclete/halls, chaves, se fosse o caso uma meia calça extra, óculos escuros, celular, na época um palm pilot, floral de Bach, pacote de lencinhos de papel e vai-lá-saber-o-que-mais. Iam também os carrinhos e a bolsa (ou o plural delas) das crias: fraldas, fralda de boca, lenços humedecidos, 2 mudas de roupa para cada um (uma só era pouco), meias, casacos (durante o ano todo, afinal, vai saber se bate um vento mais fresco), kit-machucado (bandaid, mertiolate, anti-térmico, pastilha), garrafas com água, lanches, chupeta e porta-chupeta, alguns brinquedos para cada um, baldinhos e pazinhas, uma bola, um penico portátil, saquinhos plásticos (para colocar roupa molhada, fralda suja, resto de comida etc) e outras coisinhas mais, como uma toalha. Com mais frequência do que se poderia imaginar, acontecia alguma coisa para a qual eu não estava preparada. Com mais frequência  do que se poderia imaginar, não precisei de absolutamente nada que levei e carreguei para cima e para baixo o tempo todinho.
Deu para imaginar o meu desespero quando eles saiam com papai que nem uma garrafinha d'água levava? Ou casaco? E se eles ficassem com fome? Ou se machucassem? 
Sabem o que aconteceu, depois de tanta aflição da minha parte? O tempo passou e minha bolsa foi ficando cada vez menor e mais enxuta até desaparecer por completo. Hoje em dia saio de casa com chaves, documentos (sem carteira!), um pouco de dinheiro, celular e batom. Finalmente, como homem, outro dia sai com Fofoquinha e Matraca-Trica sem levar a tal da bolsa. Sem roupa extra. Sem bandaid. Sem lencinhos. Acho que estou me sentindo mais próxima do sexo masculino. Pelo menos nesse departamento.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

fofices do design: tô com sede!


Quem diria que um dos maiores problemas que tenho em casa hoje em dia é a falta de embalagens de plástico que as tias da escolinha vivem pedindo para fazer atividades. Elas ainda acham mais bacana reciclar plástico do que ensinar a eliminar o plástico de vez quando se trata de qualquer coisa que ingerimos. Não uso nenhuma embalagem plástica em casa. Refrigerante não entra na minha geladeira. Para água temos filtro. 
Plástico tem reciclagem limitada. Plástico produz gases tóxicos ao ser incinerado. Plástico, quando aquecido, contamina o alimento e água com substâncias cancerígenas. Plástico criou um dos maiores problemas ambientais do século XX. Blá, blá, blá.
Pense nisso e comece a substituir você também o plástico por vidro e alumínio (DESCULPEM, pensei certo e escrevi errado, o certo é AÇO INOX-me alertaram no comentário abaixo do meu erro). As garrafas ficam esquentando com o calor do sol dentro de carros, no sol das quadras ou na beira das piscinas. Aço inox é um material que não solta resíduos (pense nas panelas também!) e existe uma grande variedade de modelos para você escolher. Para as crianças e vocês, adultos. 

sábado, 2 de maio de 2009

curta-duas rápidas

#1
Matraca-Trica está na banheira brincando. Ele para, levanta o pinto, vira para mim e pergunta (levou nada mais nada menos do que 4 anos para o moleque se dar conta):
"Mamãe, o que é isso em baixo do meu pintinho?"
"Seu saquinho", respondi contendo o riso e pensando cá com meus botões:"4 anos e essa agora!".
Não acabou aí, não. Essa é curtinha mas nem tanto. Ainda teve a pièce de résistance:
"E para que serve?"

#2
Estamos almoçando fora-no clube- num desses dias de interminável feriado. Matraca-Trica me pede para ir ao banheiro. Vai na frente, independente que é. Entra no reservado do banheiro público e antes que pudesse impedir, passa a mão inteira no assento do vaso. Levanta a mãozinha, esfrega os dedos e diz: "Hi mamãe, está sujo!". A mim só resta ponderar, lividamente, se amputo a mão dele alí mesmo, naquele instante.