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segunda-feira, 6 de abril de 2009

as pajens e eu: etiqueta

Caras Senhoras e Senhores,
O que vou contar agora é pouco ortodoxo e sei que nem todos acreditarão nos acontecimentos. Eu tive uma epifania neste final de semana e gostaria de dividir com quem tiver paciência para ler.
Coloquei uma toga de linho rústico e com o cabelo desgrenhado ao vento, subi à montanha neste domingo. Voltei hoje com as mãos calejadas e os pés sangrando, com duas tábuas de pedra esculpidas pela minha consciência. Nesta tábua estão os mandamentos sobre etiqueta entre mães quando o assunto é o emprego da pajem. Tá certo, exagerei na licença poética-tenho uma queda para o drama do tamanho das novelas mexicanas de quinta categoria.
Os mandamentos não são muitos e minha habilidade manual, nula.
Eis aqui, em primeira mão, o resultado de minha árdua labuta:
  • Não xavecarás a pajem alheia em baixo das barbas da atual patroa.
  • Não roubarás a pajem alheia. Alheia quer dizer: da melhor amiga, da vizinha, da outra criança da mesma classe, da prima ou de qualquer outra família que você conheça, mesmo que de passagem.
  • Não empregarás a pajem cuja criança você ou seus filhos conhecem e encontram com frequência-especialmente se a criança for pequena.
  • No caso de a pajem ser de uma criança da mesma escola, clube ou qualquer outra área social do que a sua, antes de empregá-la falarás com a mãe dessa criança para saber se há problema ou não. Se houver, respeite.
A razão para isso é simples: você gostaria que isso acontecesse com você? Porque eu ODEIO quando acontece comigo. O-D-E-I-O. Sabe quem tem que segurar a batata quente quando o filho vê a ex-pajem no pátio da escola levando outra criança? Quem tem que explicar umas 35 vezes, inutilmente, para uma criança de 2, 3 ou 4 anos porque a pajem que ela amava de coração não está mais tomando conta dela e sim do outro menininho no mesmo prédio? Pode acontecer de a criança não estar nem aí, mas se for uma pessoa querida, ela pode ficar muito, muito magoada por não entender os fatos da vida.
Portanto, senhoras e senhores, um pouco de decoro e civilidade não fazem mal a ninguém quando lidamos com assuntos tão delicados quanto os nossos pequenos. Cuidado nunca é demais e educação, um plus.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

as pajens e eu:eu sem elas

Este ano chegou cheio de mudanças: sem fraldas, sem sol (aqui nenhuma novidade...), sem um membro muito querido da família, sem muitas picadas de pernilongo e sem pajem.
O que explica minha forçada ausência do blog.
Confesso que ando tão ocupada-as crias ainda estão de férias (!!!!!!)-assumindo a maternidade full time que nem tive tempo de pensar o que fazer da vida. Arrumo outra pajem? Compro uma bicicleta? Viro mãe tempo integral? Saio para comprar cigarros? 
Todas nós sabemos que há consequências seja lá qual for a escolha: ser mãe full time significa abandonar qualquer chance de colocar um salto alto, maquiagem e sair para trabalhar. Isso inclui manicures, pedicures e necessidade de se apresentar como uma mulher cosmopolita e respeitada profissionalmente. O mundo vai girar ao redor do umbigo de Fofoquinha e Matraca-Trica. Consequentemente, além da perda natural de neurônios o que sobrar vai acabar se autodesligar por falta de uso- e nem adianta argumentar que palavras cruzadas no banheiro contam como estímulo. Ou interpretar a lista de ingredientes nas embalagens de biscoito.
Por outro lado, será que estou a fim de ter que fazer escova no cabelo a cada dois dias, usar roupas que podem manchar sem medo e passar 8 horas sem ver meus filhos? Sair de manhã antes deles e chegar depois que eles foram dormir? Então, o que vai acontecer? Vou estar muito cansada para dar a atenção que meus filhos merecem e não vou ter paciência para educá-los. Vou perder momentos preciosos do desenvolvimento deles e isso não tem volta.
Comprar uma bicicleta está me parecendo cada vez mais uma excelente idéia....

terça-feira, 6 de maio de 2008

as pajens e eu-toma que o filho é teu!

Uniduni-tê
Salamê minguê
Um sorvete colorê
A escolhida foi VOCÊ!

Estava no parquinho do clube outro dia-pensando bem, quando não estou no parquinho do clube??-e enquanto as crias estavam ficando tontas de tanto dar volta na roda gigante, parei para observar várias cenas bucólicas de fim de tarde com muito sol. Uma delas era uma mãe, uma bebéia e a pajem. A mãe levava o carrinho e as sacolas, a bebéia ia no colo da pajem. Mais adiante uma mãe lendo revista enquanto a pajem brinca com seu filho no tanquinho de areia. No banco ao meu lado a pajem está dando mamadeira para um bebê enquanto a mãe, que está sentada do lado, fala ao telefone. Outra mãe levando sacolas e tranqueiras e uma menina no colo da pajem.
Recebí um comentário aonde uma querida leitora conta que estava um dia também no parquinho assistindo a seguinte cena: um bebê chorava, chorava, chorava. Soluçava e voltava a chorar. Quem tentava acalmar o tadico era a pajem, enquanto a mãe corria de um lado para o outro esquentando mamadeira, procurando chupeta e depois, estressada, desistiu e foi tomar banho (??!!). Só depois que o bebê acalmou a mãe aliviada (e cheirando bem) pegou o bebê no colo.
Minha mãe uma vez me disse que criança é que nem cachorro: afeiçoa-se e respeita a mão que o alimenta. Ela também falou que, como cachorros, tudo se consegue de uma criança se tem um prêmio envolvido, mas isso é assunto (discutível, bem discutível) para outro post. Voltando à vaca fria (até hoje essa expressão não faz sentido para mim...): nesse ponto ela acertou. Por isso rola tanto ciúmes entre mães e babás, as mães não aguentam ver que seus filhos gostem mais de uma "estranha" do que dela. Despedem a moça que estava fazendo seu trabalho tão, mas tão direitinho por um motivo qualquer e a criança, coitada, perde o ponto de referência e de afeição. O que não aconteceria se a mãe participasse mais da vida de seus filhos. Tá bom, todo mundo trabalha, não tem tempo, chega tarde , pode inventar a desculpa que quizer que eu aceito e concordo. Porém quando você estiver presente, esteja presente. Brinque, cuide, faça cafuné, faça bolo de areia, empurre balança, carregue seu filho, aposte corrida, leia, dê banho. É fácil a gente perder a perspectiva do que é importante, ou do que deveria ser. 

Obs: Me sinto na obrigação de novamente pedir desculpas pela imagem, que apesar de mui fofa (e por esse motivo não resisti), é na minha opinião levemente racista.

terça-feira, 8 de abril de 2008

as pajens e eu-o amanhã começa hoje

Se você perguntar qual é a vontade dos pais quando pensam no futuro das crias pode apostar que a maioria vai responder:"Espero poder mandar minha cria estudar fora". Eu torço por vocês. Também quero uma vida melhor para minhas crias. Quem não quer?
Como passo muito tempo dentro do universo infantil, acabo reparando em coisas que outras pessoas não tem chance: a constelação das pajens e seu relacionamento com as crias, conforme as ordens das mães. Tem criança de 6 anos que não come sozinha (a babá tem que colocar a colherada em sua boca), tem outra de 9 anos que não sabe tomar banho sozinha, criança pequena que não usa os pés para andar e sim o colo da babá, crianças que não sabem recolher seus brinquedos, etc.  Poderia gastar linhas e linhas dando exemplos mas não precisamos perder mais tempo para chegar aonde quero: essas crianças são completamente dependentes de um adulto.
Sabe seu sonho de mandar sua cria estudar fora? Vou te contar uma coisa que ninguém nesse momento da vida pensou: fora da América Latina não existe empregada. Sua cria vai ter que cozinhar, limpar a casa e lavar a própria roupa. Pois é. Você parou para pensar que essas crianças não estão sendo preparadas para o futuro? 
Paro aqui para um parêntesis:fazer trabalhos domésticos faz a criança se sentir útil e aumenta sua auto-estima pois ela sente orgulho de realizar uma tarefa corretamente. Ensina a criança a respeitar seus pertences e os dos outros da família. Ensina sobretudo responsabilidade. Não estou inventando nada disso, procure ler estudos à respeito do assunto. Fecha parêntesis.
Não é preciso que elas tirem o emprego de sua secretária do lar, mas ela pode ajudar informalmente (você nem precisa se preocupar com a lei trabalhista!): ensine ou peça à babá para ensinar sua cria a fazer a própria cama, a tirar seu prato e levar para a cozinha depois das refeições, a ajudar a colocar a roupa na máquina, recolher seus brinquedos, etc. Ensine seu filho a ser independente. A maioria das crianças adora ajudar a "gente grande", na cozinha ou no banheiro. 
Para finalizar o mais importante: documente essas ocasiões para jogar na cara de sua cria em vídeo quando ela for aborrescente e se recusar a arrumar seu próprio quarto!


terça-feira, 1 de abril de 2008

as pajens e eu: conversa na sala de espera II

Se você chegou agora, pediria para ir um pouquinho para baixo e ler antes "As pagens e eu:conversa na sala de espera I" para poder entender melhor do que se trata este post. Obrigada.

Sabe, eu não aguento quando as coisas ficam no ar, a não ser em filmes noir-ih, rimou. Ok, Filmes do David Linch também entram na lista. Vamos parar por aqui pois o assunto é outro.
Gosto de tudo bem explicadinho. Tenho que comentar com vocês o que eu acho estranho no diálogo da sala de espera:

-Foi no consultório a casa toda, menos quem tinha que estar lá:os pais. Eu entendo que todo mundo trabalha e é ocupado, mas todo mundo sai no meio do expediente para ir ao médico ou dentista, ou não é? Sua cria está doente e você não pode dar uma escapada para conversar pessoalmente com o pediatra e fazer um cafuné na sua cria para ela se sentir menos caidinha? Não pode trocar a manicure da hora do almoço pelo pediatra?

-Foi no consultório uma senhora que trabalhava na casa porque a mãe não confia na babá para esse tipo de coisa. Primeiro, se ela não confia na babá depois de mais de um ano, o que ela está fazendo nesse emprego? Segundo, não é mesmo para confiar nos outros para te contar o que o pediatra falou, é para você estar presente!

Às vezes fico pensando se estou muito fora da realidade....

domingo, 30 de março de 2008

as pajens e eu: conversa na sala de espera I

Levei a cria menor no pediatra outro dia. Como era encaixe, tomamos um chá de cadeira de algum tempo. Enquanto esperávamos, entraram no consultório um menininho, a babá (fácil de identificar porque estava toda de branco com aquela redinha com lacinho de gosto para lá de duvidoso no cabelo), uma senhora e o motorista (também fácil de identificar). As crianças começaram a brincar e puxei assunto. 
A conversa:-Que idade ele tem?-perguntei para quebrar o gelo.
-Tem 3.-respondeu a senhora.
-A senhora é a avó dele?-perguntei.
-Eu? Não senhora, eu trabalho na casa dele. Acontece que a mãe dele não confia na babá para trazer o menino no médico, então eu tenho que vir junto.-respondeu ela em voz baixa para a babá não ouvir.
-A babá é nova?-perguntei.
-Não, ela está lá faz mais de um ano.

Nesse diálogo tão curto, pergunto: vocês não acharam nada de estranho? E olha que não estou falando da gramática, pois essa é duvidosa mesmo!

quinta-feira, 27 de março de 2008

as pajens e eu: introdução


Minha avó tem 90 anos e não há ninguém na face da terra que consiga que ela chame babá de babá. Para ela é pajem e ponto final. Coisa fofa. 
Daqui para frente deste texto tenho perfeita consciência de que estou pisando em ovos e de que não tenho nenhuma qualificação para ser malabarista do Cirque du Soleil (aonde ví um número onde duas meninas chinesas equilibram-se em lâmpadas. Isso mesmo, todo o peso delas em lâmpadas). Mas tem coisas que eu não consigo só assistir, além disso infelizmente eu tenho uma atração muito forte que me faz mexer em casa de maribondo mesmo saindo picada. 
Passo mais tempo do que gostaria ouvindo leva e trás do anjo-da-guarda aqui de casa com as colegas de trabalho. Fico de cabelo em pé com coisas do tipo: a patroa* pede que ela (a babá) desça do carro no meio da rua e que vá a pé de volta para casa toda vez que  ela, patroa*, se irrita coma moça. Ou da patroa* que não acredita que os empregados precisem comer, então não compra comida para o resto da casa, só para a família. Ou a história da moça que fica acordada a noite toda com o bebê porque os pais* não querem ouvir nenhum choro durante a noite (!!!!) e ainda tem que passar o dia todo cuidando dessa criança, sem um minuto de descanso. Tem também a da que mantém a babá acordada até as 2 da manhã porque o filho só dorme a essa hora. Mais uma? Então tá: que tal a do patrão* que não quer nem ver a cara das pessoas que trabalham na casa dele e elas tem que passar escondidinho e nem podem lhe dirigir a palavra? Daonde sairam essas histórias tem muito mais, posso passar horas aqui escrevendo, mas não vou me estender; acho que com um pouco de sensibilidade já deu para ter uma idéia daonde quero chegar.
Antes de mais nada, se eu contrato uma pessoa que vai trabalhar dentro da minha casa é porque eu tenho 100% de confiança nela. Se eu tiver 0,00001% de dúvida, essa pessoa não vai entrar na minha casa. Quando eu contrato uma pessoa para tomar conta do bem mais precioso de minha vida, as minhas crias, eu vou tratá-la no mínimo com respeito e consideração. Como eu trataria qualquer outro ser humano sem me comportar como sinhazinha de casa grande. Eu tomo conta de meus filhos (gosto muito de ficar com eles) com bastante frequência-felizmente trabalho em casa, muitas mulheres não tem essa sorte. Aconteceu algumas vezes-não sou perfeita, ora bolas- que quando estou com eles depois de uma noite mal dormida eu perco a paciência. Imagino se fosse outra pessoa no meu lugar. 
Ah, tem a história da patroa que queria que a babá folgasse 1 vez por mês. Ela disse então para a patroa: "A senhora aguenta ficar com seus filhos mais do que 15 dias seguidos? Pois eu também não aguento." Mulher lúcida, esta. 
Voltando ao meu ponto de vista, que é muito curto: respeito é bom e todo mundo gosta. Lembrem-se: não há dinheiro nesse mundo que compre o carinho que essas mulheres tem com nossas crias.

* os nomes foram trocados para proteger quem não merece.