Uma grande amiga que leu o post abaixo me disse que esse bloguinho é de fazer qualquer um desistir de ter filhos. Disse também que mães em potencial deveriam fazer com Fofoquinha e Matraca-Trica um workshop durante algumas semanas antes de enfiar o pé na jaca-no estilo bootcamp encontra clínica de rehab.
Isso porque o mundo vende a maternidade como um comercial de absorventes íntimos: reparou como as modeletes estão sempre imaculadamente de roupa branca, sorriso cheio de dentes de catiguria "Ana Paula Arósio" e fazendo algum esporte tipo corrida ou aula de estepe? Agora, você mulher, me diga: não seria incrivelmente mais realista colocar uma mulher visivelmente com um humor do cão vestida com a roupa mais larga que ela tem em casa vegetando na frente da TV e comendo um pote inteiro de sorvete, com o requinte de deixar pingar bastante na camiseta velha que já está manchada de chocolate? Eu confiaria muito mais em um absorvente desses e pagaria qualquer preço por ele. Não preciso dizer que esses comerciais são, na minha opinião, criados por homens- que ficam ZERO vezes menstruados na vida.
Pois a maternidade nua e crua é assim:
A gravidez dá hemorróidas, estrias, varizes e dores generalizadas (ciático, lombar, pés etc). Isso sem falar que na hora do parto sua vagina é exposta ao público passante como uma estátua em praça pública. E manuseada com aquela delicadeza característica de açougueiros quando estão separando a gordura da peça de alcatra. Depois vem os pontos, os gases, a depressão. Meses de vigília aonde seu cérebro acaba do tamanho de uma noz. Amamentar dá muita dor no bico do seio. E o peito cai. Tá gostando até aqui? Eu não, vou parar- lista é muito, muito longa e já estou começando a ficar deprimida.
Essa visão de maternidade que mais parece com o nascimento do Bambi-entre flores da primavera, gorjear de passarinhos e muitos bichinhos meigos e fofinhos-está tão perto a realidade como a Enterprise do Terceiro Quadrante. Se me duvida, basta sair perguntando para qualquer coitada com cara de sono empurrando carrinho de bebê pela rua.
Eu estou fazendo minha parte: se passo por uma sílfide saltitante pela rua de calça branca, paro a moça e pergunto: você está menstruada?