sábado, 5 de maio de 2012

mamãe indica: pick eating versão em português



Dear english speaking friends: 
there is an english version of this post below.

Pick eaters. Provavelmente você tem um em casa. Pick eater é um temo em inglês para designer a criança com dificuldades alimentares. Você conhece o tipo: limitado a um ou dois grupos alimentares, não fica sentado durante a refeição, não experimenta coisas novas, só querem comer um determinado alimento em um dia e no dia seguinte não querem nem saber dele. A única coisa consistente sobre eles é a inconsistência.
Sim, você acredita que seu filho não recebe a alimentação adequada em variedade e quantidade. Você se estressa sobre o assunto, e a criança reage de acordo. Você se sente culpada, preocupada e incapaz de lidar com a situação. As refeições tornam-se um processo incrivelmente frustrante. Já passei por isso.
Antes de entrar neste assunto, é importante dizer que existem vários motivos para o seu bebê escolher dessa maneira irritante seu alimento. Seu filho está aprendendo sobre um milhão de coisas novas a cada minuto do dia, como independência, gostos pessoais, as habilidades motoras (estes pequeninos estão sempre em movimento, o que afeta seus hábitos alimentares. Eles não se sentam para nada, inclusive refeições) e interação com quem o alimenta (às vezes, uma luta de poder na mesa de jantar é apenas isso - uma luta pelo poder) só para citar alguns relacionados com o nosso tema de hoje.
Após um ano de crescimento rápido (em media, uma criança de um ano de idade triplicou seu peso desde que nasceu), as crianças ganham peso mais lentamente. Isso quer dizer que precisam de uma quantidade menor de comida. Os adultos não têm uma ideia clara do tamanho de porções e tendem a basear-se em suas próprias necessidades. Entendeu onde quero chegar?
Breve pausa aqui para contar que a Abbot Nutrição Brasil me convidou, juntamente com a imprensa local e outros blogueiros para o 4 º Encontro Internacional Sobre Dificuldades Alimentares, no Rio de Janeiro, para falar sobre este assunto.
Uma pesquisa feita pela Abbott nos mostrou que 51% das mães com crianças entre três a sete anos de idade entrevistadas em todo o mundo acha que tem algum grau de dificuldade com a alimentação de seus filhos. Pick eating é uma percepção dos pais, é muito importante ressaltar. Apenas 1% a 2% destes 51% são realmente diagnosticados como distúrbio alimentar. As informações acima me trazem de volta no que eu estava dizendo: o estômago de uma criança é aproximadamente do tamanho de seu punho (não o seu, adulto, mas sim o da criança). Faça pequenas porções de alimentos, ao invés de encher o prato e vá colocando mais a medida que seu filho lhe pede mais. Estudos do American Dietetic Association mostra que as crianças, mesmo aquelas cujos pais consideram picky eaters, geralmente consomem uma variedade suficiente de alimentos para satisfazer as suas necessidades nutricionais.
O paladar de algumas crianças são mais sensíveis que outros. Alguns simplesmente não gosto da textura, cor, ou sabor de determinados alimentos. É por isso que uma criança pode alegar não gostar de um alimento que ela nunca sequer experimentou. Da mesma forma, algumas crianças podem rejeitar um alimento porque as faz lembrar de uma época em que estavam doentes ou porque têm alguma outra associação negativa com ele.
Há uma linha tênue quando pick eating se torna um transtorno alimentar e quando é apenas uma criança se comportando como uma criança. Mesmo que seu filho não se alimente adequadamente como você gostaria, se ele está crescendo normalmente e tem um nível de energia normal, provavelmente não há motivos para se preocupar.
Durante a nossa conversa com os médicos Mauro Fisberg, Benny Kerzner, Glenn Berall, Irene Chatoor, Bill MackLean, Russel Merritt e Kim Milano aprendemos que os bebês amamentados são mais acostumados com alimentos novos mais tarde, já que experimentaram sabores de alimentos diferentes que passaram para o leite materno. Aprendemos também que as famílias que fazem refeições regulares e tem rotina tem menos problemas que as outras.
Ainda segundo os eles, esse transtorno alimentar é sobre a dinâmica de quem alimenta (geralmente a mãe) e a criança, nunca apenas um ou outro. Existem quatro tipos de pais de famílias: os controladores, os indulgentes, os negligentes e os responsivos. O estilo dos pais e a forma como eles interagem com seu filho irá determinar se e em que grau a criança vai ser um pick eater. Nós não podemos esquecer também de outras razões que limitam o apetite da criança, como a genética (preferências por textura e aroma), as causas ambientais (aftas, febre, estomatite, ajuste dos aparelhos odontológicos, etc.) ou neofobia, o medo ou aversão de coisas novas. Todas estas causas podem impactar os gostos e desgostos e comportamento de seu filho.
Como saber a diferença entre uma criança pick eater e uma com distúrbio alimentar? Quando a saúde da criança fica comprometida: perda de peso, retardo no crescimento e baixa imunidade, por exemplo.
Forçar uma criança a comer um alimento que ela não gosta, ou uma quantidade que é demais para o tamanho do estômago dela traz consequências mais tarde. As crianças que não estão tomam as decisões ao alimentar-se (como decidir quando eles estão cheios) estão em maior risco de se tornarem obesos na vida adulta. Forçar uma criança a experimentar novos alimentos só vai torná-la mais arredia e menos aberta a experimentar coisas novas no futuro.

Observação: a Abbott Nutrition desenvolveu uma ferramenta chamada IMFeD para Crianças (identificação e gerenciamento de dificuldades alimentares) para ajudar os pediatras para identificar e gerenciar possíveis dificuldades alimentares. O IMFeD está sendo usado com sucesso em mais de 16 países e agora está disponível no Brasil.



foto: Nós e Dr. Mauro Fisberg. Cortesia do blog Nerd Pai.


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