Tá vendo essa imagem acima da Mulher Biônica? Essa gostosona com cabelos de comercial de shampoo sempre pronta-de salto-para correr e salvar o mundo? Essa bacana que tem uma casa sempre pronta para ser fotografada por uma revista de decoração, que cozinha divinamente e lê todos os livros sobre psicologia infantil para lidar com os filhos? Ela que está sempre com uma lingerie sexy por baixo da roupa e não sua mesmo depois de 45 minutos de aula de spinning?
Pois é, essa não sou eu. Não passei no teste. Aliás, tive um dia em que o oposto a tudo isso aconteceu.
Começa com a pajem está de férias. A cara metade viajando. Matraca-Trica na noite anterior machucou o ombro e o ortopedista disse que ele não poderia carregar nenhum peso no dia seguinte. Não fosse isso o suficiente, a fralda dele vazou e ele acordou às 6 da manhã, ainda escuro, e não dormiu mais. Fomos à natação-olha só que coisa ideal para deixar uma criança com sono ainda mais cansada-voltamos e almoçamos. Antes de sair de casa, já nem me lembro o motivo, Fofoquinha brigou comigo. Foi me chamando de casa até a escola de "a pior mãe do mundo". Detalhe: a adrenalina da noite anterior no pronto socorro nem tinha baixado ainda. No carro fui tentando todas as técnicas pedagógicas que conhecia para acalmar a criatura, sem resultado. Finalmente quando chegamos ela acalmou. E eu tão perto da porta da escola, já sentindo o cheiro de quatro horas de liberdade...Saindo do estacionamento Matraca-Trica resolve que quer por que quer colocar sua mochila nas costas. Fui andando devagar explicando que o médico havia dito que ele não podia carregar peso no ombro etc. Não funcionou. Tentei outras tantas táticas, nada. Vinte minutos de piti depois eu ainda não estava nem na porta da escola (a pessoa estava agarrada ao meu tornozelo, jogado no chão, aos berros e prantos. Gostou da cena? Tem um certo je-ne-sais-quoi familiar, non?) e a situação ainda estava escalando. A uma certa altura peguei a mochila, o moleque e entrei, esperando que alguma alma bondosa me ajudasse a acalmar a criatura. Chegando na porta da sala a "tia" veio me ajudar-ufa-quando Matraca-Trica no auge do descontrole me agarra por trás e morde meu bumbum com aqueles dentinhos de filhote de gato. Meu susto foi tamanho que instintivamente virei e dei-lhe uma bela palmada no bumbum.
Pronto. Falei. Bati no meu filho. Na frente da professora, diretora e outras mães que me olhavam aterrorizadas. Surtei. Sabe aquele clichê "dói mais em mim do que em você"? É verdade. Aposto que na remota possibilidade disso acontecer com a Mulher Biônica, ela ia manter a compostura. Ela tem partes do corpo de aço. Eu tenho de manteiga. Chorei a tarde inteira.
Isso acabou com minha futura candidatura à Mulher Maravilha ou Martha Stweart (mãe do ano então nem pensar), surtei uma vez e não há garantia nenhuma que não perderei o controle da situação de novo-existem muitas variantes em 24 horas e de repente tudo pode ir água abaixo, como deu para ver no triste dia que vivi.
Bom, convenhamos também que eu não ia caber na fantasia de Mulher Maravilha tamanho 8 a 10 anos que tem aqui em casa...
Um comentário:
Sinceramente... um tapinha é educativo... fizeste bem!! To adorando teu blog!!! Beijos
Claudia V.F.
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