segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

splish splash

Que manhã linda fez ontem! Nenhuma nuvem no céu (até a hora o almoço) e um calor senegalês de fritar ovo no asfalto. Lá fomos nós para a piscina aproveitar o último dia de férias.
Fiquei ocupada o tempo todo brincando e acompanhando as crias no entra-e-sai, pula e mergulha na água. Alguma coisa ficou me incomodando atrás da orelha. A pulga só foi morder à noite, depois que eles foram dormir e a casa ficou silenciosa o suficiente para que eu pudesse ouvir meus pensamentos.
A piscina estava lotada, como era de se esperar. A quantidade de crianças era igual a plateia do sambódromo em noite de desfile do primeiro grupo. A bagunça, no mesmo estilo de pré-aquecimento. Dois salvavidas (é assim que se escreve agora?). Batendo papo. Nessa terra de ninguém, os pequenos se divertiam enquanto seus acompanhantes batiam papo. Ou liam jornais e revistas. Ou estavam no celular. A maioria nem saber aonde a criança estava, sabia.
Tarde da noite, meu sangue começou a ferver. Como pude deixar passar isso em branco por tanto tempo?
Para quem não sabe, a segunda maior causa de mortes infantis é por afogamento. A primeira são acidentes de carro (˝já falei sobre isso aqui). Em um país tropical como este, acho inadmissível o descaso com crianças na água. Não existem alarmes ou redes em piscinas e os sinais sobre as marés em praias não são respeitados. Os adultos responsáveis (ocupados com o churrasco ou em comentar os gols da rodada) confiam cegamente no bom senso e capacidade de tomar decisões de uma criança de menos de 4 anos sem sequer bóia de proteção, deixando-as desacompanhadas em piscinas ou mar.
Oops, escorregou e caiu na água uma criança do meu lado, de uns 3 anos. Se eu não estivesse ali, o que aconteceria? Espero. Espero. Nada de aparecer alguém responsável.  Cadê seu papai ou mamãe?-Pergunto à menina. Estão do lado de fora, alí no banco, olha.-Responde ela. Que maravilha, penso comigo mesma.
Faz algum tempo, Fofoquinha convidou uma amiguinha para ir à piscina. Os pais deixaram e pediram para que ela colocasse as bóias no braço. Ela não queria de jeito nenhum, afinal Fofoquinha não usaria uma também. Eu falei que não havia problema, pois eu e meu marido estaríamos dentro da água com elas o tempo todo. Recebí aquele olhar-que já estou tão acostumada-de quem quer dizer "De que planeta você veio, mesmo?" O pai ainda me perguntou "Vocês ficam com eles na água? O tempo todo?". Ai, ai.....ô paciência.
É sua obrigação como pai ser o salvavidas  de seus filhos-isso quer dizer prestar atenção o tempo todo neles: não estar no celular, lendo ou batendo papo. É sua obrigação não perdê-los de vista nem por um segundo quando estão na água. É sua obrigação brincar, rir e se divertir com eles. E não esqueça de tirar bastante fotos.

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