terça-feira, 29 de julho de 2008

curta-mais uma

Aconteceu na primeira semana da adaptação na escolinha, Matraca-Trica ia fazer 2 anos. Já estávamos atrasados. 
Bom, na verdade, eu estava atrasada, ainda colocando os sapatos enquanto dava a última garfada no almoço. O bacana já estava vestido, de dentes escovados e parado na minha frente com cara de "Estamos esperando o quê?". Acabei falando uma frase (sem o menor sentido na ocasião, depois que parei para pensar*) só para ele sair da minha frente:
-Matraca-Trica, abre a porta e chama o elevador para a mamãe, por favor?

O moleque nem pestanejou. Independente que (acha) que é, abriu a porta de casa e com a cara no hall pôs-se a berrar:
-Levador. Levador! Levaaaaador!**

* Como ele poderia chamar o elevador se ele nem alcançava o botão?
** Cá entre nós, gostei mais da palavra que saiu da boca dele. Elevador só leva a gente para cima. E quando a gente desce chama o descedor? Levador faz muito mais sentido: leva a gente para cima, para baixo, na horizontal ou diagonal. Basta apertar o botão desejado.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

a beleza está nos olhos de quem vê


-Mamãe, outro.-diz Fofoquinha colocando no carrinho.

Dois passos adiante ela abaixa e pega mais um. E eu que achava que ela andava olhando para o chão para manter o equilíbrio enquanto aprendia a andar.
-Devagar, devagar, assim você vai cair.-dizia eu tentando evitar um joelho ralado enquanto Fofoquinha destrambelhava em direção a outro graveto que ela avistou lá na frente. 
Minha querida Fofoquinha Frankenstein-ela atendia por esse sobrenome naquela época em que dava os primeiros passos (ou você nunca notou que o ator que interpretou o primeiro Frankenstein imitava bebês aprendendo a andar?)-coleciona gravetos, pauzinhos e galhos desde a mais tenra idade.
Eu devo ter madeira suficiente em casa para sacrificar uns 7 infiéis na fogueira ou queimar 25 mil livros em praça pública. Ainda não decidi qual dos dois.
Visitamos vovó e vovô no Rio de Janeiro certa vez. Fomos à pracinha perto da casa deles. Enquanto estávamos encantados em dar o lanche da Fofoquinha-afinal, ela não quis comer a banana, mesmo-para uns macaquinhos selvagens (o Rio tem dessas coisas maravilhosas entre uma favela e outra) a pirua (lembro novamente que eu e apenas eu posso chamar meus filhos do que me der na telha) encheu o carrinho de lenha. Quando voltamos para casa, lá foi ela com todo o carinho do mundo levar um dos gravetos de presente para vovó. Minha sogra, sem nada saber, ficou me olhando com cara de "Mas o que é isso?!". Expliquei. Fazer o quê. 
A pilha teve que ficar lá enfeitando a sala dos meus sogros até o dia de a gente pegar o avião de volta-nem um segundo mais tarde, pela cara de alívio da minha sogra de poder se livrar dos gravetos. Ela acenava, com um largo sorriso na boca, da calçada para gente dentro do carro. Era isso ou considerar uma rápida reforma para, em pleno Rio de Janeiro, incluir uma lareira na sala. 
Sabe quanto tempo de negociação levou para eu convencer a pirua a deixar a coleção tão preciosa de presente para a vovó? Nem te conto. Antes isso do que tentar explicar para a moça do check in no aeroporto que estávamos embarcando com recuerdos del Rio suficientes para abrir nossa própria madereira.
Ao longo desses 4 anos, a coleção cresceu e agora inclui pedras, pedregulhos, folhas, penas e panfletos. Sem falar em minúsculos seres de 8 patas ou mais que devem habitar a minha área de serviço. Eu não sou louca o suficiente para entrar lá depois que escurece.
Tem dias como hoje-em que chegamos em casa com um punhado de novas folhas velhas na mão- que fico me perguntando aonde foi que eu errei...

PS: Você não acreditou na balela do ator que interpretou o Frankenstein, acreditou? Espero que não, pois inventei tudico.

Sua cria coleciona? Nos conte na seção de comentários! 

quarta-feira, 23 de julho de 2008

fofices do design XIX

Tenho uma amiga que está para ter bebê. Anda desesperada procurando algum forro para carrinho que seja, sem pedir muito, neutro. Neutro é melhor do que babados de renda, piquê branco e lacinhos de fita. Neutro é melhor do que estampas de estrelinha, ursinhos ou circo.
Minha querida, olha o que eu achei para você! 
Melhor do que neutro: bacana!
Aliás, bacanérrimo. Esses forros da myMonkeymoo servem para qualquer carrinho e ainda podem ser usados como forro para trocar o bebê em lugares públicos.
Gostou?

terça-feira, 22 de julho de 2008

férias escolares

Ahhhh, as férias escolares....o que para os pais significa um período de um a dois meses cujo os dias da semana são constituídos somente de sábados e domingos.
Não é que não amemos nossos filhos e não temos nenhuma vontade de ficar brincando com eles o dia t-o-d-i-n-h-o, mas também temos que trabalhar, ir ao supermercado e a manicure (afinal a gente também é gente).
Tudo começa assim: dias de intensa camaradagem, diversão e programas inéditos. Passar o dia na praia, piscina ou andando à cavalo. Passeios em fazendinhas, parques e clubes. As semanas passam. O relacionamento entre mães e filhos começa a azedar, como qualquer love affair barato.
Os comentários são os mesmos: as mães reclamam que as férias estão loooooongas demais e as crianças se mostram stressadas. Rola bronca, berro, mordida, tapa e choro. Das duas partes. Em qualquer um que passar perto.
Férias escolares são un
tour-de-force para qualquer adulto, pois temos que inventar coisas para fazer a cada 45 minutos e nossa presença é obrigatória em todos os eventos. Não adianta falar para a cria ir brincar com aquele joguinho bacana enquanto a mamãe responde alguns emails ou faz o almoço porque exatamente três minutos e vinte e sete segundos depois ela já está ao seu lado dizendo que acabou e esperando que você invente outra coisa. Naquele nanosegundo. De preferência com a sua total e devota companhia.
Nas férias você volta a falar com a sogra só para ela passar algumas tardes com seu filho, empurra afilhados nas madrinhas por algumas horas e finge que está doente nos sábados e domingos para que sua cara metade se encarregue deles. Sem nenhum escrúpulo-esse você já perdeu faz tempo. Se achasse não iria reconhecer.
Faltam 12 dias. Estamos em contagem regressiva. 12 dias para voltarmos a ser uma família razoavelmente equilibrada.

domingo, 20 de julho de 2008

curta

Matraca-Trica adora kiwi. Desde pequeninho. Acontece que de vez em quando as sementinhas doem para sair, se você me entende.
Uma noite, quando ele tinha 1 ano e meio e eu estava trocando a fralda dele depois que ele fez cocô:
-Mamãe, meu bumbum está doendo! Tá doendo!-gritava ele.
-Eu sei, eu sei. A mamãe vai passar um creminho para melhorar.-respondi.

Ele apalpava desesperadamente o bumbum com as mãos, tentando localizar daonde vinha a dor.
De repente ele parou. Ficou em silêncio, me olhando com os olhos esbugalhados tentando entender o que estava acontecendo. Arregalou mais ainda os olhos e me disse, fascinado:

-Mamãe, tem um buiaco!!!!!!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

terra de marlboro



Li um texto outro dia que me levou às lágrimas-primeiro de tanto rir.
Uma mãe com cinco filhos homens-tá achando pouco? Ela também tem duas meninas-escreveu um artigo sobre sua experiência em conviver e educar meninos para a revista Wondertime. Depois de ler o tal texto, mal consigo olhar para Matraca-Trica e conter um sorriso: "Agora entendi. E não há absolutamente nada que possa fazer a respeito."
Alguns trechos tem pérolas preciosas que quero traduzir para vocês-perdão pelas licenças poéticas e falta de precisão literal. Se você quiserem ler o texto em VO e na integra clica aqui, ó.

"Meninos não são como meninas em essência. Ás vezes os meninos podem parecer ter a resposta emocional de um organismo unicelular, mas são levados as lágrimas por qualquer coisa que envolva um cachorro. São incapazes de se emocionar com suas lágrimas, porém, quando você abre uma gaveta na cozinha e encontra um pudim meio comido (ou um pedaço de pizza fossilizada, ou biscoito mastigado e cuspido).
Não são só maridos e namorados que não suportam ouvir a frase "Nós temos que conversar". Filhos também odeiam. Pessoas do sexo masculino, em minha experiência, começam a responder perguntas com monossílabos assim que conseguem emitir grunhidos. Emitir esses sons horripilantes será uma fonte sem fim de diversão para eles e seus amigos pelos próximos 20 anos.
Eu e meus amigos criamos um teste definitivo para explicar a diferença entre meninos e meninas. Chamamos de Paradigma da Tinta Fresca. Meninas aprendem a partir de suas próprias experiências e ocasionalmente experiências de outras pessoas. Se um menino vê uma placa que diz "tinta fresca", ele colocará o dedo na parede para ver se não é uma brincadeira. Seu amigo-que está ao seu lado-terá que fazer o mesmo teste com seu próprio dedo. Meninos são mais estúpidos do que meninas. Eles tem uma maneira individual de fazer descobertas que ignora as evidências.
Meninos tem que fazer as coisas do jeito deles. Quanto mais rápido uma mãe aprende isso, menos tempo ela perderá com interferências desnecessárias e medicamentos para dor de cabeça.
Você pode educar seu filho como quiser, na primeira chance que tiver ele vai arrotar o hino nacional. Você pode criar seu filho como Quaker, vegetariano ou pagão, ele vai brigar com seu irmão por causa de uma tampinha de caneta sem uso como se fosse a Estrela da India.
Você pode beijá-lo todas as noites e cantar canções de ninar, dar bonecas e bonecos, brincar de gatinho ao invés de Tropa de Elite. Vai, tente. Mesmo assim ele vai fazer uma arma de uma torrada e atirá-la do outro lado da mesa-mesmo que ele nunca tenha visto uma arma que não fosse do formato de uma centopeia e que atira água. Mesmo que você seja paciente e quieta, seu filho vai, do mesmo jeito, berrar num tom tão alto que vai fazer o cachorro desmaiar enquanto corre pela casa se açoitando com uma fita métrica de metal na cabeça.
...Nos anos pré-verbais (e nos após o colegial), um menino irá rastejar em baixo de qualquer coisa, irá cair, rolar e chutar qualquer coisa. Mastigará com a boca aberta enquanto equilibra a cadeira em que está sentado nas pernas traseiras assim que suas pernas forem longas o suficiente para fazê-lo.
...Minha vida sem meus filhos seria pacata e serena. Quem quer isso? ...Meus filhos dizem tantas coisas absurdas acreditando ser a pura verdade que é impossível ficar zangada com eles. No jantar, quando Dan era pequeno, ele estava molhando pétalas de dente-de-leão no leite e comendo. Quando perguntei, ele respondeu:" Se não fizer isso, o dente-de-leão fica com gosto muito ruim."
...
nota: Jaquelyn Mitchard (a autora do texto) aconselha os pais a colocarem na poupança $100 por mês para a faculdade e $1000 por mês para pagar o médico e o gesso, limpeza de carpete e carrinhos de metal."

sábado, 12 de julho de 2008

fofices do design XVIII

Sou fã de carteirinha de wall stickers. São uma fonte de divertimento sem fim. Imaginou, dá para fazer. Enjoou, tira da parede e fim de papo.
Esses são da Domestic, na França. Sob o comando de Stéphane Arriubergé e Massimiliano Iorio, a Domestic apresenta coleções de design feitas por artistas com talento e bom gosto. Seus produtos podem ser encontrados nada mais nada menos do que na Colette.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

a escolha

Eu tenho uma prima que no ano passado engravidou. Quando o bebê nasceu lá fomos eu e meu marido fazer uma visita. Conversa vai, conversa vem ela me perguntou se não ia voltar a trabalhar. Ela, com os pontos da cesária ainda frescos, me dizia que iria voltar a trabalhar em um mês e que tinha planos para colocar o filho logo logo em uma escolinha-felizmente o pediatra da criança era mais lúcido e desaconselhou-a a fazer isso antes dele completar 1 ano. Meu marido olhava para mim, eu olhava para ele, ele olhava para mim e de repente surge nele um canto de sorriso maroto de quem diz:"Sei."
Você acha que acabou aí? Ledo engano. Tive que sair antes por que Matraca-Trica estava com febre naquele dia. Meu marido volta para casa e me conta que a prima não estava me reconhecendo mais, o que tinha acontecido comigo? Eu era uma mulher cosmopolita, ambiciosa (no bom sentido) estava no topo de minha carreira. Como assim eu tinha largado tudo para me tornar um Desperate Housewife (sem glamour) que só tinha olhos para minhas crias? Eu só respondi para ele: a ficha dela ainda não caiu. Ele concordou, para meu alívio.
Outro dia encontrei a prima, por acaso, num café perto de casa. Ela estava com o filho. Eu, que não deixo nada barato, perguntei como ia a vida, principalmente o trabalho. Ela me respondeu que havia sido saida do emprego e estava com dor no coração de ter que procurar outro. Não queria ficar longe do filho. Comecei a rir e dei os parabéns pela ficha que demorou um tiquinho para cair mas caiu. Ela não entendeu nada e contei que nunca tinha esquecido da tal visita e da conversa.
Bem vinda ao clube!
Cá entre nós, depois que a gente tem filho, só quer ficar lambendo a cria. Não dá mais vontade de trabalhar nem de se ausentar por tanto tempo de casa. 
Mas a gente se cobra. Eu era aquele mulherão todo, aonde ela foi parar? Debaixo da camiseta manchada de papa não está. Nem debaixo do Lego. Dentro do carrinho? Quem sabe do outro lado do espelho?
Não bastasse a própria cobrança, as outras mulheres também ficam no seu ouvido: se você trabalha fora é uma mãe desnaturada. Se não trabalha está precisando largar o curso de ikebana e a yoga e arrumar alguma coisa para fazer, ora essa. 
Ninguém chega a um acordo e umas julgam as outras o tempo todo. 
Nós também não chegamos a um acordo conosco mesmas. Queremos um tantinho de cada. Não dá para ter tudo? Como assim? Quando pergunto, ouço a mesma resposta (parece concurso de Miss):"Eu queria mesmo era trabalhar meio período, em casa." que soa como "Eu quero a paz no mundo, que todos reciclem para salvar o planeta e o último livro que li foi O Pequeno Príncipe."


segunda-feira, 7 de julho de 2008

fofices do design XVII

Esse produto poderia facilmente ter sido criado por um pai com sede de vingança. Quem mais poderia pensar em um despertador que quando começa a tocar sai rolando pelo quarto obrigando seu filho aborrescente a levantar a bunda da cama para primeiro achá-lo e depois desligá-lo? 
Na verdade foi uma pós-aborrescente com dificuldade ela mesma de acordar para ir à faculdade. Foi um projeto que acabou ganhando atenção da mídia e agora é o ganha pão da moça.
O Clocky vem em várias cores e funciona como disse previamente: na hora que você programar o despertador começa a fazer aquele barulhinho irritante que todos conhecemos bem e a rolar, caindo da mesa de cabeceira e obrigando a pessoa a levantar-se se quizer parar de ouvir o alarme. 
Depois dessa irritação toda, quem consegue voltar para os braços de Morfeu? Ponto para o Clocky!

sábado, 5 de julho de 2008

junk food

É com imenso orgulho que conto à vocês:
Matraca-Trica e Fofoquinha nunca foram ao Macdonald's. Nem com vovó, esse doce, doce poço de corrupção infantil que insiste em subverter minhas recomendações e ignorar as regras que imponho para meus filhos.
Mas por causa dos anúncios que prometem brinquedinhos e badulaques de homem branco, meus indizinhos me pedem para ir nesse templo que eles nem sabem o que se faz dentro. E eu vivo prometendo que sim, um dia iremos-mais precisamente dia 31 de fevereiro, penso comigo mesma. E a história morre aí, pelo menos até o próximo comercial.
Eu nunca proibí, mas também não caí na balela que tem que ir para conhecer, afinal todo mundo vai, não é?  Não, não tem que ir porque todo mundo vai. Aliás, e daí que todo mundo vai? Eu mesma não vou faz mais de 12 anos. 
Vai ser inevitável um dia. Mas esse dia está longe (iludida que sou, tenho essa esperança). Por enquanto quero que meus filhos tenham uma alimentação saudável. Nada radical, eles não comem só cenoura orgânica e carne de soja. OK, eles também comem cenoura e tofu, mas também comem massa, arroz com feijão, fígado, peixe e batata frita. O cardápio deles é inclusivo-excluindo o máximo que posso do lixo que já vem pronto: gorduras saturadas, trans; conservantes, corantes, acidulantes, alimentos processados e reprocessados, etc. Sem exageros nem fanatismo, mas lendo sempre a lista de ingredientes de qualquer coisa que passe pela porta da minha casa. Usando a consciência. Se você perguntar à Fofoquinha o que ela mais gosta de comer, ela vai dizer sem piscar: sushi. Se ela fala isso para a mãe de uma criança que só come salsicha, nuggets e macarrão na manteiga, ela imediatamente me olha com cara de "Ela tá brincando, né?". Pois é, ela não está brincando. De tanto ela ver a gente comendo, um dia experimentou e adorou. 
Deixa eu aproveitar para torcer os meus pepinos enquanto eles ainda são pequenos, não é?

PS:O dia tão longe, afinal de contas, chegou antes do que eu previa -fui obrigada a descer do bonde da ilusão rapidinho, não durou nem um parágrafo... 
Fofoquinha foi à um passeio com amiguinhos e os pais deles levaram todo mundo para fezer um lanche debaixo do M gigante. Ela voltou feliz da vida, foi ao Macdonald's. E me pediu para voltar amanhã. E depois. E depois, afinal tem um monte de prêmios que ela quer para colecionar. Perguntei se ela gostou do lanche. Ela nem se lembra se comeu. E eu respondo, como sempre:
- Um dia. Um dia a gente vai.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

tacones lejanos

Queridos saltos altos,
Tenho saudades. 
Lembro com carinho de quando era solteira e gastava metade do salário, com imenso prazer, em vocês Manolos, Guccis, Pradas, Jimmy Choos e outras novidades que me deixassem Sexy In The City. Aliás, foi por gostar das alturas que seu pai se entusiasmou por mim. 
Eu nascí de salto alto. Sempre soube andar em cima de um-ao contrário de muitas modeletes que tremem só de olhar para esses centímetros de fetiche-desde a tenra idade. Agora que estou fadada a ter metade do meu guarda-roupa dedicado ao parquinho ou pracinha, não tenho mais oportunidade de usá-los diariamente, até para ir à padaria. Logo percebí que correr atrás de criança de salto na areia não dá muito certo-e olha que estou sendo sutil.
Apesar de andar de salto ser como andar de bicicleta fisicamente agora sofro, pela falta de prática e pelo passar dos dias que insistem em deixar meu corpo com mais idade-sob inútil protesto, infelizmente.
Queridos saltos altos, sabe o que mais percebí? Depois de anos de observação de campo notei que existe sim o gene do sapatinho dentro do cromossomo X, apesar da ciência insistir em ignorar o assunto (até alguém ganhal o Nobel pela descoberta). A gente percebe isso olhando nossas filhas, cujos olhos brilham de prazer quando acham um par em nosso armário. E olha que elas mal fizeram 1 ano, nem sequer sabem se equilibar em suas próprias pernas ainda. 
Como a genética não é igual para todos, tem mulher que nunca vai aprender a andar com graça e leveza em vocês. Sabe a história de enrolar a língua? A que dizem ser genética? Tem gente que consegue fazer rolinho com a língua e tem gente que nunca vai conseguir. Andar de salto também parte do mesmo princípio, na minha opinião.
Ainda insisto em comprá-los,  nunca vou deixar de amá-los. Mesmo que agora eu passe metade do tempo olhando vocês fazendo tec-tec no chão de casa nos pés de Her Royal Highness Princess Fofoquinha.
Queridos, lembrem-se: vocês sempre serão meus. Meus. Mesmo que Prince Matraca-Trica insista em colocá-los nos pés para seguir o cortejo real até a sala de estar.
Tenham creteza, nos veremos em breve.
Com carinho,
Euzinha.

Observação: Eu ainda vou mais fundo e acredito piamente na teoria de que quando o cromossomo X feminino (o que tem o gene do sapatinho) encontra o cromossomo X masculino forma-se o gene dominante da bolsinha.