Sabe porque eu vou sozinha fazer compras de roupas e sapatos para minhas crias? Por que eu não aguento vendedorzinho metido a Gerson. Nem todos são como o tipinho que nos atendeu ( Fofoquinha e eu) uma vez em uma loja de sapatos. Mas eu traumatizei.
Na pracinha perto de casa tem um vendedor ambulante da mesma catiguria. Ele aparece com um monte de tralha com aquela qualidade Made in China inferior até à qualidade do leite em pó contaminado. Quando uma criança aparece na frente dele hipnotizada pelo brilho das tranqueiras, ele oferece o brinquedo à ela e diz que ela pode ficar com ele. O que acontece em seguida é o "Eu quero" da criança contra o "Não vai rolar" dos pais. Tem pai que cede-uns 90%-apesar do mau humor com a calhordice do ambulante. Como é de se esperar, eu já tive um bateboca (olha a nova lei ortográfica em uso!) com o tipo, quando ele colocou um avião de quinta categoria na mão do Matraca-Trica (não vou tirar o hífen dele não) e o moleque deu piti em praça pública porque queria que queria o brinquedo e eu falei que não. Como não tenho nenhum problema em enfrentar chilique de criança na frente de quem quer que seja, aproveitei para dizer poucas e boas para o calhorda. Que é tão mau caráter que ignorou (se é que ele entendeu) tudo o que disse e continua lá na praça, todo final de semana fazendo o mesmo número.
O babado com Fofoquinha foi em renomada loja do Shopping Iguatemi. Fui tomada por um surto de insanidade e levei Fofoquinha para comprar sandália para o verão. Ela escolheu uma que gostava na vitrine. Entramos e o moço veio nos atender. Mostrei qual era o modelo e disse o número. Era uma sandália "utilitária", para ir à escola. O que Fofoquinha estava precisando. Ponto. O moço entra no estoque e quando volta, está atrás de uma torre de caixas. Para meu espanto, ele abriu uma atrás da outra: modelos de festa, modelos com luzinhas no salto, com lacinhos e muito cor de rosa. Com preços muito acima da sandália que havia pedido. Por último abriu a caixa com a sandália que pedi. Diante desse show de calçados, vocês acham que Fofoquinha sequer olhou para a sandália que ela havia escolhido? Colocou uma com luzes, rosa e com purpurina no pé e não houve quem a fizesse tirar. Como naquele dia eu estava de muitíssimo bom humor, pedi para chamar o gerente. Na frente dos dois então eu falei que levaria a tal sandália cujo o preço era o dobro daquela que eu ia comprar. Falei também que costumava comprar nessa loja com certa frequência (o que era verdade) e que por causa do comportamento metido a esperto dele em usar uma criança para chantagear os pais, a venda que ele ia fazer para mim ia ser a última. Não voltaria nessa loja nunca mais, como realmente não voltei até hoje e não vou voltar.
Não admito que ninguém jogue meus filhos contra mim. Ora veja se pode.
Agora pergunto: não era para traumatizar?