quarta-feira, 9 de junho de 2010

ordem e progresso


Quase ordem. Até agora nenhum progresso. 
Hoje eu achei que ia comemorar. Acordei animada, até olhar o jornal e ver que a lei do Contran para regularizar o uso de bebê conforto, cadeirnhas e assentos de elevação para transportar crianças em carros foi adiada até setembro. Isso porque só agora os pais saíram correndo para comprar um assento para seus filhos e não há estoque suficiente para atender a demanda. Só agora eles foram comprar. Só porque é lei e vai custar no bolso.
Já escrevi um post aqui bem malcriado sobre a falta de responsabilidade dessas pessoas para com a vida humana. Isso sem falar no outro sobre crianças em motos, coisa que me dá um nó na garganta até hoje. 
O que me deixou mais boquiaberta do que esses acontecimentos- o Contran levar 1 ano e meio para anunciar as novas regras, os pais relapsos e o adiamento inevitável por razões que a própria razão desconhece- é que tem neguinho mandando carta para jornal indignado, achando que "esse pessoal vive de criar regras" e mal humoradíssimo por essa lei "criar um tal de cadeirinha prá cá, cadeirinha prá lá".
Imagine, segundo o Sr. Roberto Semaneiro, autor da cartinha, que absurdo é a exigência de se obrigar o uso de cadeirinha mesmo para carona. Sei não, mas quando estou com filhos dos outros, normalmente meu cuidado é maior do que com meus filhos. Imagine a situação: meus filhos em seus assentos e Babalu, o amiguinho, solto no banco de trás. Acontece um acidente, todo mundo está bem, menos Babalu. O que você diz para os pais desse menino? Desculpe, ele é o carona, portanto tem que arcar com as consequências? Desculpe, mas sabe como é, não é meu filho portanto me importo menos com ele? Fala sério!
O Sr. Semaneiro termina acrescentando, brilhantemente, "Às vezes, o simples bom senso resolveria muita coisa".
Concordo em gênero, número e grau. Pena que bom senso, nesse país, só vem acompanhado pela obrigatoriedade de uma lei.

Um comentário:

Mariane disse...

Ao ler os comentários sobre a lei nos jornais já me diverti, ja me indignei, me espantei, fiquei com nó no estomago e finalmente pensei: ainda bem que virou lei, pq bom senso definitivamente não é senso comum.