1.
Antonio, Fausto e Armando, todos beirando os 90 anos, estavam batendo papo na sala de estar do asilo de velhinhos.
Fausto diz: "Eu acordo todo dia as 8 da manhã e me coloco em pé na frente do vaso sanitário. Fico lá até as 9 horas tentando urinar."
"Eu acordo as 7 horas da manhã e sento no vaso"-diz Antonio-"E tento fazer cocô. Com sorte, lá pelas 10 eu consigo alguma coisa."
"Pois comigo é diferente"-diz Armando-"Todo dia as 8 da manhã eu cago como um urso selvagem na floresta, e às 9 horas eu mijo como um cavalo de corrida".
"E está reclamando do quê?"-pergunta Fausto?
"Bom"-responde Armando-"Eu só levanto da cama as 11 da manhã..."
Meu dia começa com "Bom dia, mamãe cocô linda!" e termina com "Boa noite, pum fedido!". Entre uma frase e outra, durante o dia, cada vez que Matraca-Trica abre a boca para falar alguma coisa, palavras da mesma catíguria encarnam diretamente dos quintos dos infernos na língua do meu moleque e invadem as suas sentenças. Não importa que não faça nenhum sentido colocar a palavra "xixi" em algum lugar em uma frase trivial como "Mamãe, eu quero cereal, por favor."
Como diria um amigo meu: "Fino di Paris."
Pois Matraca-Trica está nessa fase tãooo educativa. Meus ouvidos, outrora tão delicados, já estão cheios de calos de tanto ouvir baixo calão de uma cabecinha que nem 4 anos completos ainda tem.
Tentei, com sucesso- relativo, pois evaporava em menos de 48 horas- diferentes táticas para acabar com a conversa de banheiro de beira de estrada. Passei preciosas horas em que poderia estar dormindo, namorando ou olhando a grama crescer lendo artigos sobre o assunto e em como lidar com ele para nada. Aliás, pensando bem, serviu para alguma coisa: a conclusão de que absolutamente todas as matérias, de uma maneira ou de outra, diziam que isso é (mais) uma fase e que ela vai passar.
Ah é?! Então tá, pensei comigo.
Hoje de manhã Matraca-Trica veio me acordar. Passou a mãozinha nos meus cabelos, depois acariciou meu rosto com carinho, chegou perto dos meus ouvidos e falou baixinho:
"Bom dia, cara de xixi lindo!".
Eu abri os olhos, enternecidos de emoção, e espreguicei calmamente. Dei um beijo nas bochechas coradas-bom, na verdade uma delas está cheia de casquinha porque ele ralou a cara ontem no carpete da vovó- dessa coisa amorosa que é o sangre de mi sangre e também baixinho respondi para não quebrar o clima de serenidade da manhã:
"Bom dia para você também, cara de pum de cocô."
2.
Sven fala para Olen: "Sven, vou à praia amanhã e quero impressionar as gatinhas. Você faz o maior sucesso com elas. Qual é seu segredo?"
"Antes de mais nada"-responde Olen-"Eu coloco uma sunga da hora."
"Só isso?"-pergunta Sven.
Olen pede que o amigo chegue mais perto e diz em voz baixa: "Eu coloco uma batata na sunga para dar mais efeito."
No dia seguinte Sven volta da praia e conta ao amigo que as gatas tiraram o maior sarro da cara dele. Olen pede a Sven para que ele mostre o que ele fez.
"Já saquei o que você fez errado"-diz Olen-"Normalmente eu coloco a batata na frente da sunga".
Ha ha.