domingo, 17 de janeiro de 2010

na roça

Já perdi a conta de quantas vezes fomos passear na fazendinha local. Já perdi a conta de quantas vezes encostei na cerca de madeira e arame -porque sentar no chão de barro nem pensar- e fiquei observando as mulheres. E não só na fazendinha, mas nos parques de diversão, aquários, parques abertos e em passeios em geral.
Engana-se você se acha que este post é sobre crianças. Este é sobre mulheres. Aproveitando que estamos nas semanas de moda, é sobre modelitos e bom senso. Se você entende um pouco do mundinho fashion sabe que estas duas palavras não são usadas com frequência na mesma frase porque não complementam uma a outra ou fazem muito pouco sentido juntas. A verdade é que elas não tem quase nenhuma conexão. Believe you me, eu sei de cadeira.
Nós mulheres e sobretudo mães, quando nos enfiamos em roubadas liliputianas, precisamos ser cuidadosas para a roubada não virar piada para as outras pessoas (como eu que não perdoo nada) mais do que o necessário. Precisamos ser cuidadosas para adequar nosso guardaroupa ao lugar aonde vamos. A nossa preocupação não deve ser o nosso desconforto supremo por que fizemos uma grande bobagem ao colocar aquela roupa/sapato/acessório e sim se a Smurfete está se divertindo. E nos divertimos junto.
Ahhh, os micos são tantos....vou ter que citar pelo menos alguns. Vou usar a fazendinha como exemplo. Havia chovido na noite anterior. Fazendinhas não são pavimentadas, qualquer um faria essa suposição, certo? Primeira observação: o salto alto. No barro. Na grama fofa. Ou, abre parêntesis, em parques de diversão com caminhadas sem fim por tempo indeterminadamente longo, desde aonde se estaciona o carro até as filas de 45 minutos dos brinquedos. Fecha parêntesis. Agora, precisa de salto alto nessas ocasiões para quê? Voltando a fazendinha: mesma coisa para rasteirinhas. Pensando bem, essa escolha pode ser até benéfica, uma vez que seus pés vão ficar envoltos em lama e o resultado pode ser pele macia e rejuvenecida. Sapatos de cor clara. Nem preciso explicar, né? Haviam 3 mulheres no banheiro tentando limpar, inutilmente, seus sapatos com toalhas de papel molhadas.
As saias. Saias em passeios públicos....ai, ai. Sair correndo atrás de cria, abaixar, levantar, ir nos brinquedos, sentar no chão ou sabe-se lá aonde. Seguindo a mesma linha de pensamento, os decotes podem deixar você exposta ao público passante a qualquer segundo.
Tá certo que você não precisa sair como uma jeca de casa, nem eu quero ou faço isso. Mas a gente tem sempre que pensar em todas as possibilidades e estar preparada para os possíveis desastres que podem acontecer.Tanto com a Smurfete como com você mesma.

Um comentário:

Mãe Viajante disse...

Oi Flávia!
Adorei o post. Depois que minha filha nasceu, fui obrigada a rever meus conceitos sobre a moda... Acho que seu texto se aplica também (e especialmente) ao que eu chamo de "moda de aeroporto". É incrível como as pessoas (especialmente as mulheres) conseguem se vestir de forma inadequada para voar. Talvez por inexperiência, ou pelo antigo "glamour" das viagens aéreas, sei lá. Quando eu era pequena sempre me diziam que eu tinha que vestir uma roupa bem linda, porque a gente ia viajar de avião... Ok, concordo que é bom viajar bem arrumado, como eu já disse, (infelizmente) a gente tende a ser mais respeitado quando está bem vestido. Mas isso não significa montar uma produção no estilo "dressed to kill", né?! Parece que a mulherada não lembra que os pés incham quando se passa longas horas espremida nos micro-assentos da classe econômica antes de calçar aquele salto "skyscraper" para ficar bonitona. Ninguém pensa que vai ter que abaixar, fazer força, levantar, etc., para pegar a bagagem na esteira... Para mim, o conceito de elegância está em se vestir confortável e adequadamente para a ocasião. Isso vale para qualquer lugar, do aeroporto à fazendinha, seja você uma mamãe ou não!
Beijos
Livia