Dear friends, I will be back soon. It's time to be with family.
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terça-feira, 19 de junho de 2012
sexta-feira, 25 de maio de 2012
programa papo de mãe
Programa Papo de Mãe - Sexualidade - Bloco 1 por papodemae
Programa Papo de Mãe - Sexualidade - Bloco 2 por papodemae
Programa Papo de Mãe - Sexualidade - Bloco 3 por papodemae
A um tempinho atrás eu fui convidada para participar do Programa Papo de Mãe para falar sobre sexualidade infantil e abusos sexuais em crianças. O video acabou de ser colocado no Daily Motion.
A while ago I was invited to Papo de Mãe's TV show to talk about sexuality and sexual abuse in children. The video just came out on Daily Motion. Unfortunately it is in Portuguese only.
domingo, 30 de outubro de 2011
foi bom enquanto durou
Começou nove anos atrás quando sai da maternidade com um pacotinho cheiroso e com olhos e boca completamente desproporcionais ao tamanho do rosto. Ela parecia um mangá.
Pacotinho cresceu. Cresceu demais para os gráficos dos consultórios pediátricos, sempre acima dos 100%. Aprendeu a andar, a dizer "não" e a mandar beijinhos com a mão.
Entrou para a escola, deu trabalho para se separar de mim. A hora da despedida era sofrida e cheia de lágrimas. Um escândalo.
Nem porta trancada a impedia de vir dormir na cama de casal, agarrada no meu pescoço. Acordei inúmeras vezes levando tapa na cabeça ou joelhada no estômago.
Fofoquinha queria ser como a mamãe: as mesmas roupas, penteado e achava que poderia pintar as unhas. Nananina. Fez vítimas muitos batons e sombras que cheguei tarde para salvar do cruel destino: muito sabão e água. No rosto, cabelo, pia e espelhos. Meus saltos altos foram mais felizes, gritavam alto por socorro: toc, toc, toc. Felizmente eu chegava a tempo de impedir possíveis acidentes. Com os sapatos, evidentemente.
Covarde em enfrentar novos problemas, Foquinha sempre precisou de apoio e um bom empurrão, daqueles bem dados. Mamãe esteve presente em todas essas situações, segurando a mãozinha ao mesmo tempo que empurrava com o braço livre.
Administrar brigas e preferências do seu círculo de amizades é tarefa árdua: em um dia estão todas rindo, no outro uma brigou com a outra e ai todas tomam partido. Rola muita briga. Elas ficam magoadas, sentidas que só. Mamãe está sempre de braços abertos e caixinha de kleenex pronta para secar lágrimas, ouvir e aconselhar.
Um desses sábados, em uma atividade para crianças daquelas que é boa demais para adultos bobos como eu deixarem passar, fui brincar também, para deleite de Matraca-Trica. Mamãe, Fofoquinha e Matraca-Trica juntos na brincadeira.
O instrutor aproveitou a chance de outro adulto no meio de 20 crianças para formar times. Foquinha, sem olhar na minha cara, foi para o time do "tio". Assim, sem mais.
Minha própria filha no time adversário. Que, diga-se de passagem, perdeu a competição.
Na volta para casa, perguntei porque ela não havia ficado no nosso time. Eu sabia que iria ouvir essa resposta um dia, só não imaginava que seria tão cedo:
-Ah mamãe, é que eu fiquei com vergonha de você.
Entrou para a escola, deu trabalho para se separar de mim. A hora da despedida era sofrida e cheia de lágrimas. Um escândalo.
Nem porta trancada a impedia de vir dormir na cama de casal, agarrada no meu pescoço. Acordei inúmeras vezes levando tapa na cabeça ou joelhada no estômago.
Fofoquinha queria ser como a mamãe: as mesmas roupas, penteado e achava que poderia pintar as unhas. Nananina. Fez vítimas muitos batons e sombras que cheguei tarde para salvar do cruel destino: muito sabão e água. No rosto, cabelo, pia e espelhos. Meus saltos altos foram mais felizes, gritavam alto por socorro: toc, toc, toc. Felizmente eu chegava a tempo de impedir possíveis acidentes. Com os sapatos, evidentemente.
Covarde em enfrentar novos problemas, Foquinha sempre precisou de apoio e um bom empurrão, daqueles bem dados. Mamãe esteve presente em todas essas situações, segurando a mãozinha ao mesmo tempo que empurrava com o braço livre.
Administrar brigas e preferências do seu círculo de amizades é tarefa árdua: em um dia estão todas rindo, no outro uma brigou com a outra e ai todas tomam partido. Rola muita briga. Elas ficam magoadas, sentidas que só. Mamãe está sempre de braços abertos e caixinha de kleenex pronta para secar lágrimas, ouvir e aconselhar.
Um desses sábados, em uma atividade para crianças daquelas que é boa demais para adultos bobos como eu deixarem passar, fui brincar também, para deleite de Matraca-Trica. Mamãe, Fofoquinha e Matraca-Trica juntos na brincadeira.
O instrutor aproveitou a chance de outro adulto no meio de 20 crianças para formar times. Foquinha, sem olhar na minha cara, foi para o time do "tio". Assim, sem mais.
Minha própria filha no time adversário. Que, diga-se de passagem, perdeu a competição.
Na volta para casa, perguntei porque ela não havia ficado no nosso time. Eu sabia que iria ouvir essa resposta um dia, só não imaginava que seria tão cedo:
-Ah mamãe, é que eu fiquei com vergonha de você.
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quinta-feira, 1 de setembro de 2011
inclusão. a falta de.
Faz tempo que não escrevo. Aqui, pelo menos. Acontece que o meu projeto, que logo logo vocês vão conhecer, está tomando meu tempo. É por uma ótima causa, eu asseguro. Mas tem uma coisa que não posso deixar passar, e não é motivo algum de orgulho de minha parte.
Antes de começar, queria dedicar esse post à Mari Hart, do blog Diário de uma Mãe Polvo, uma mulher que não conheço mas tenho o maior respeito e simpatia.
Faz tempo ela escreveu sobre a dificuldade em achar uma escola inclusiva para o menino dela. Isso me lembrou de uma situação que aconteceu com meus filhos. Fofoquinha e Matraca-Trica tiveram, na minha opinião, o privilégio de fazer parte de uma escolinha pró-inclusão, onde a diretora e o corpo docente consideram crianças especiais um presente caído do céu.
Matraca-Trica tinha em sua sala um menino com deficiência cerebral e outro com Down. Fofoquinha não teve o mesmo privilégio, tampouco a mesma exposição e convívio com amiguinhos especiais na época em suas salas.
Um dia estávamos na praia e um adolescente especial estava ao nosso lado com a família. Ele se aproximou e puxou conversa. Matraca-Trica bateu o maior papo com ele, de igual para igual. Fofoquinha estava visivelmente constrangida, com medo e querendo fugir dali. Segurou meu braço com tamanha força que quase cortou a circulação. Por mais que tentasse acalmá-la e mostrar como conversava naturalmente com o amigo, ela não conseguia sequer olhar em sua direção. Not my proudest moment com ela. Não era nem sua culpa, ela nunca havia convivido com pessoas especiais e ficou com medo do desconhecido.
Onde quero chegar com isso? Segue meu raciocínio aqui:
Escolas não inclusivas -dá para entender o porque; dá trabalho, custa dinheiro e ninguém tem paciência, afinal essas crianças são uma incoveniência, certo?- geram adultos intolerantes, pela falta de convívio e conhecimento. Esses adultos intolerantes vão ser professores, diretores e participantes de associações de pais, todos ovos perfeitos em uma embalagem fechada onde não há lugar para ovos assimétricos. Como se esses ovos também não fossem ovos. Esses adultos vão transformar a vida de outros, como a da família da Mari, em um inferno.
Esses adultos, assim como todos nós, não percebem como os próprios filhos são deficientes: de tolerância, de boa vontade e de respeito.
update: Fofoquinha tem, em seu grupo de teatro (fora da escola atual, pois esta me envergonho de contar que é não inclusiva) novas amigas. E elas são mega especiais! Agora sim estou orgulhosa da minha pequena.
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quinta-feira, 11 de agosto de 2011
assim, do nada
Criar uma receita do zero. Não, do zero não, afinal a imaginação não é zero, é um número infinito. Desafio intrigante. Não tem fórmula, nem receita. Na marra.
Coloca-se todos os ingredientes nas bancadas, na pia, onde tiver espaço. Chamei meus ajudantes Fofoquinha e Matraca-Trica para ajudar com a bagunça. Fizemos uma primeira seleção de ingredientes e colocamos a mão na massa.
Sem a menor ideia de qual seria o resultado, o divertido foi deixar a coisa rolar no meio de muita bagunça, risadas, brigas e manha.
Houveram muitos acertos logo de cara, e muitos erros. Ajusta daqui, ajusta dali e a receita foi tomando forma. Depois desandou. Retomamos. Da primeira vez não ficou boa, nem da segunda, nem da vigésima.
É cansativo? É. Não ligo não, estou adorando. Essa é a razão pela qual ando meu ausente do teclado, essa receita está tomando meu tempo, mas quando ficar pronta, todos poderão provar.
O que ando fazendo quietinha aqui em casa com meus vikings, assim como um bom risotto, precisa estar no ponto certo para servir.
Aguardem mais um tiquinho, tá?
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quinta-feira, 4 de agosto de 2011
trauma supervisionado
Ahhh, nada como voltar a ter tempo para escrever. Andei bem ocupada com um projeto super bacana onde gastei toda a minha manicure no teclado. Vou contar para vocês já já sobre o que se trata, tá?
Nada um bom susto para voltar à ordem natural das coisas. Ainda falando das férias, ainda me perguntando "Mas que tipo de mãe é essa?". O tipo que precisa dobrar as sessões de terapia, você vai me responder depois de acabar de ler.
Estava pensando em como algumas mães tem dificuldade em deixar os filhos crescerem, em como a gente (sim, já passei por isso também, não se engane) acha desculpas esfarrapadas para que eles passem por fases de transição naturais, como tirar a chupeta ou a fralda. Nos falta força de vontade por que, lá no fundo, nossos bebês ainda são nossos bebês e a gente quer que eles continuem assim. Nos dá segurança. Ninguém gosta de mudar a rotina, especialmente se ela é gostosa. Com Fofoquinha foi assim. Com Matraca-Trica o filme já foi outro. #saidessecorpoquelenãotepertence. Não virei megera insensível, mas amadureci e me tornei verdadeiramente uma mãe passarinho que joga os filhos do ninho para que aprendam a voar.
Isso quer dizer basicamente que eu deixo que eles corram certos riscos para estabelecar seus próprios limites, o que eu chamo de trauma supervisionado. Posso ser passarinho, mas se a questão for penas, tenho muito de galinha ainda-todo mundo em baixo de minhas asas, por favor.
Dois exemplos práticos, caso você não tenha entendido a extensão do espírito da coisa:
1. Matraca-Trica fugiu no clube-ambiente seguro e conhecido, pura birra e malcriação, sem falar em desobediência na sua mais pura forma. Eu o localizei- depois de 40 minutos segurando o coração na mão e xingando quem tinha tido a ideia cretina de ter filhos no meu casamento- mas ele não me viu. "Ah é?", pensei comigo mesma. Foi minha vez de me esconder atrás da árvore para que ele pudesse tomar uma dose de seu próprio remédio. Quando Matraca-Trica achou por bem voltar para perto da mamãe, quem disse que ela estava no lugar onde ele a deixou? Pois ele ficou lá, rodando como ponteiro de segundos de relógio por não me localizar, por exatamente contados no relógio dez minutos. Quando magicamente apareci por detrás da árvore, Matraca-Trica ainda teve que ouvir o sermão todinho com moral da história no final-você gostou de não achar a mamãe? Então como você acha que eu me senti procurando por você???
2. Again o mesmo protagonista. Esse menino vai me dar trabalho.
Praia. Banco de areia perfeito para crianças por formar um piscinão logo na orla. Como Matraca-Trica e Fofoquinha já estão grandinhos e estava sozinha controlando a tralha de praia, bolsa e crianças, já dá para ficar a beira-mar sem ter que entrar. "Crianças, não pode ir no fundo, tem correnteza hoje". "Matraca-Trica, não pode ir no fundo, tá bom?". Então tá. Por acaso filho ouve quando a mãe fala? Não, né? O moleque só indo para o fundo, eu na beira-mar junto com outros tantos pais olhando a cena. A expressão desses pais foi mudando e ouve um unânime arregalar os olhos a certo ponto para mim com cara de "Como assim, tá esperando o quê para entrar e trazê-lo de volta???"
Evidentemente Matraca-Trica estava à um mergulho de distância, onde um adulto poderia sentir os grãos de areia em seus pés mas não o moleque, que assustou com o vai e vem da maré. Quando finalmente voltou para perto de mim, por meios próprios e depois de uma pequena luta com Netuno, com olhos arregalados e tossindo um pouco por engolir água, adivinhem? Sim, outro sermão sem dó nem piedade.
E isso, senhoras e senhores, fez com que Matraca-Trica se comportasse como uma flor pelo resto da estadia.
1. Matraca-Trica fugiu no clube-ambiente seguro e conhecido, pura birra e malcriação, sem falar em desobediência na sua mais pura forma. Eu o localizei- depois de 40 minutos segurando o coração na mão e xingando quem tinha tido a ideia cretina de ter filhos no meu casamento- mas ele não me viu. "Ah é?", pensei comigo mesma. Foi minha vez de me esconder atrás da árvore para que ele pudesse tomar uma dose de seu próprio remédio. Quando Matraca-Trica achou por bem voltar para perto da mamãe, quem disse que ela estava no lugar onde ele a deixou? Pois ele ficou lá, rodando como ponteiro de segundos de relógio por não me localizar, por exatamente contados no relógio dez minutos. Quando magicamente apareci por detrás da árvore, Matraca-Trica ainda teve que ouvir o sermão todinho com moral da história no final-você gostou de não achar a mamãe? Então como você acha que eu me senti procurando por você???
2. Again o mesmo protagonista. Esse menino vai me dar trabalho.
Praia. Banco de areia perfeito para crianças por formar um piscinão logo na orla. Como Matraca-Trica e Fofoquinha já estão grandinhos e estava sozinha controlando a tralha de praia, bolsa e crianças, já dá para ficar a beira-mar sem ter que entrar. "Crianças, não pode ir no fundo, tem correnteza hoje". "Matraca-Trica, não pode ir no fundo, tá bom?". Então tá. Por acaso filho ouve quando a mãe fala? Não, né? O moleque só indo para o fundo, eu na beira-mar junto com outros tantos pais olhando a cena. A expressão desses pais foi mudando e ouve um unânime arregalar os olhos a certo ponto para mim com cara de "Como assim, tá esperando o quê para entrar e trazê-lo de volta???"
Evidentemente Matraca-Trica estava à um mergulho de distância, onde um adulto poderia sentir os grãos de areia em seus pés mas não o moleque, que assustou com o vai e vem da maré. Quando finalmente voltou para perto de mim, por meios próprios e depois de uma pequena luta com Netuno, com olhos arregalados e tossindo um pouco por engolir água, adivinhem? Sim, outro sermão sem dó nem piedade.
E isso, senhoras e senhores, fez com que Matraca-Trica se comportasse como uma flor pelo resto da estadia.
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terça-feira, 21 de junho de 2011
cai, dente. cai!
2 crianças X 24 dentes= tem dente caindo todo mês aqui em casa.
Vou te contar, Fofoquinha e Matraca-Trica reagem bem diferente quando o dente está penduradinho por um fio.
A ansiedade de Fofoquinha trabalha contra ela. A criatura fica muito, muito nervosa só em pensar no fio de sangue e na dorzinha que vai ocorrer quando o dente cair. Fica remoendo a coisa e vira uma bola de neve, ela se convence de que vai sair mais sangue do que em filme de terror B e que a dor que vai sentir deve ser igual à de arrancar os olhos com os dedos. Ela também morre de medo do dente cair à noite quando ela estiver dormindo e ela engolir. "Para onde vai o dente? Mas aí a fadinha vem? Ela vem, não vem? Como ela vai saber que o meu dente caiu?" E chora, fica nervosa, ninguém pode chegar perto do tal dente pendurado. Nem ela mesmo!
Matraca-Trica por sua vez não pode esperar para arrancar o tal. Fica mexendo no dito cujo o dia todo, experimenta dar uma puxadinha, sente dor e recua, só para tentar meia hora depois. A língua não para dentro da boca, não sei como ele não fica com caimbra.
Tenho certeza que todo mundo tem uma técnica especial para que aquele último e frágil fio se rompa liberando o peso morto de dentro da boca, assim como uma manha qualquer para convencer os mais medrosos- Fofoquinha, no caso- a permitir que o dente dê lugar ao futuro dentão que os acompanhará o resto da vida, bem escovados e fio dentados.
Vou te contar a minha, que descobri por acaso. Essa técnica funciona muito bem tanto para os apressadinhos como para os mais nervosos. Pensando bem, deve funcionar para qualquer criança. Aqui em casa já foram 3 dentes para a fadinha usando essa técnica, dois de Fofoquinha e um de Matraca-Trica. Aconteceu por puro acaso, juro que não provoquei a situação, inclusive porque é uma daquelas coisas que acontecem que se a gente planejar não rola, tem que ser espontâneo.
Bolada na cara. Sério, nada melhor do que uma bolada na cara para derrubar um dente. Tudo graças aos esportes do clube e amiguinhos com coordenação motora que ainda não está bem desenvolvida. É uma felicidade e um orgulho só quando eles catam o dente do chão, não tem choro nem nervosismo, só muita risada e os dois nem ligam se a bolada doeu ou se saiu sangue. Pena que não dá para tentar em casa, não?
2 kids X 24 teeth= there's always a tooth falling off at home. I'm gonna tell you, Fofoquinha and Matraca-Trica have different reactions towards the event.
Fofoquinha has a super anxiety that works against her. She gets very nervous thinking about the blood and the (little) pain she will feel when the tooth fall off her mouth. She convinces herself that she will see more blood than a B terror movie and the pain she will feel will be the same as if someone was pulling her eyeballs out with bare hands. She gets terrified that the tooth will fall off at night and she will swallow it. "But mom, where does the tooth go? Will the tooth fairy come if I swallow it? Will she come???" And she cries, no one can touch the dammed tooth, not ever herself.
Matraca-Trica on the other hand, can't wait to pull it himself. He plays with the tooth the entire day, pulls it a bit, feels pain, stop for a while and try to pull it again half hour later. He plays with it with his tongue all day long, I wonder how come he doesn't get any cramps.
I'm sure you all have a technique to pull a tooth, even to convince the little scared ones- like Fofoquinha- to have it removed. I will tell you mine. Actually not mine, but it has been working fine the past 3 teeth (2 Fofoquinha's and one Matraca-Trica's). It just happened, I did not plan it. it's one of those things that you can't plan it, if you do, it won't work. They play sports in the country club. Their coordination, as well as their friends, is not that good just yet. Do you see where I'm going here? So, 3 ball hits in the face later, I get 2 kids incredibly happy that their tooth felt off. They didn't even felt the pain of the ball hitting them, so happy to collect the tooth from the floor. They didn't care if there was any blood. Too bad we can't try this at home.
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domingo, 24 de abril de 2011
dia das mães/mother's day
Vou me adiantar aqui no post do Dia das Mães. Recebi uma reclamação interna de que meu blog anda muito "miúdo", onde andam aqueles textos que eu costumava escrever? Hoje à tarde, trabalhando em pleno feriado veio me cumprimentar um sapo que eu achei ter engolido faz tempo mas ele voltou para ser mastigado novamente, ruminante que devo ser. Já que me pediram texto, aqui vai.
Lá pelos idos de 2002, barriguda com muito orgulho, não ganhei nadica de nada de presente do Dia das Mães. Eu ainda não era mãe. Como assim não era mãe?? Estava gerando o quê, uma raquete de tênis? Um chapéu de palha?
Pelo raciocínio "Pró-Vida" (que eu discuto largamente, mas no momento veio convenientemente a calhar para eu provar meu ponto), a partir da concepção é ser vivo. Se é ser vivo e está nas minhas entranhas, humm...deve ser filho. Se é filho, sou mãe. Se sou mãe, porque não tinha direito a ganhar presente? Ia ser a única vez em que poderia ter ganho algo que fosse exclusivamente para mim, do meu gosto. Pré-ter a vida virada do avesso. O último par de fuck-me-good Louboutins, quem sabe. A esperança é a última que morre, né? Sobrou o sapo, já que a esperança morreu na praia.
De 2003 em diante foi aquela parada de mimos pintados à mão ou esculpidos com todo o carinho pelas crias- que eu guardo todos, não se engane. Sigo a filosofia de que os pequenos tem que fazer os presentes, como mencionei aqui, e cada pecinha é preciosa e tem um lugar especial.
Posso estar errada no raciocínio, pode ser que tenha quem discorde de mim. Mas quem, em sã consciência, iria discutir na época com uma bola de hormônios jogando Pinball? E porque?
E você, ganhou presente enquanto estava grávida?
I'll get ahead here on my Mother's Day post. I got an inside complain that my blog isn't what used to be, it lacks the texts I used to write. As I was working this afternoon in the middle of the holyday, a old resentment came back to hunt me. Well, I was asked for more stories, so here's one.
Back in 2002, holding my belly with pride I was, and got ziltch for Mother's Day. I was told I wasn't a mother yet. Excuse me? What do you mean I wasn't a mom yet? What in hell was I nurturing, a racquetball? A straw hat?
If I follow Pro-Life line's of thought -I have lots and lots of reserve about this philosophy, but it comes handy now to help me to prove my point-from conception on it's considered a human life. If it's a human life and it's in my belly, humm, it should mean that she is my baby. If it's my baby, I am a mother. If I'm a mother, why wasn't I entitled to a gift? I was going to be my last chance of something for me and me alone before I had my life turned upside down. My last pair of fuck-me-good Louboutins, who knows.
From 2003 on there was a parade of handmade objects made by my kids with all their love, no less. Don't get me wrong, I love them and kept them all. I have as a rule that gifts by children should be handmade, not store bought.
I may be wrong about this whole thing, but who in their right mind would argue with a Pinball hormone ball at the time? And why, ohh why?
So, did you get a gift while you're pregnant?
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dias de TPM
domingo, 17 de abril de 2011
preguiça mata/my lazy ass
Agora deu, nem eu mesma aguento tanta preguiça, ao ponto da má vontade. Estou remoendo, remoendo, remoendo a possibilidade e o dever de fazer do blog bilíngue faz tempo. Mais um pouco não vai ter mais pasto e vamos combinar que não tenho 4 estômagos para tanta preguiça.
A partir de agorinha, oficialmente, Mamãe Sabe Tudo vai ter uma versão em inglês bem abaixo do texto em português, como manda o bom figurino de um blog cosmopolita do século XXI.
Even I can't stand my lazy ass anymore.
For a long, long time I've been contemplating the idea of turning Mamãe Sabe Tudo, or Mother Knows Best for the purists, a bilingual blog. Time has come and here we are, officially inaugurating the second language below the text in Portuguese, as the good manners for the 21st century bloguer's book dictates.
I hope this can make life easier for a lot of people!
Cheers!
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quinta-feira, 14 de abril de 2011
tal mãe, tal filha
Ivan Pavlov foi um cientista russo que ficou conhecido pela pesquisa do papel do condicionamento na psicologia do comportamento, o reflexo condicionado. O babado dos cachorros salivantes, ou do tratamento de Alex DeLarge em "A Laranja Mecânica", que consistia em presenciar formas extremas de violência sob a influência de um novo soro, e ver um filme muito violento atrás do outro para que associasse as ações violentas com a dor que estas lhe provocavam. Sabe qual é, né?
Onde estou indo com tudo isso? Aproveite esse momento de conhecimento geral porque quando acabar de ler este post e ligar lé com cré, vai querer me acompanhar em um grito de desamparo e profundo desespero:
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH.
Quando era pequena eu e minha irmã fazíamos o que todas as crianças fazem. A resposta de minha mãe dependia do humor, paciência e boa vontade dela. Ou falta deles. Sua reação física, seus trejeitos, como ela lidava com a frustração de não conseguir controlar duas meninas sem cinto de segurança se matando e berrando no banco de trás de seu fusca azul calcinha placa AA0845 dia sim dia sim foi ficando gravado nas nossas memórias. Quando a gente cresce, a gente faz promessas para si mesma de que jamais fará certas coisas como nossas mães faziam. Aquelas que ela fazia a todo momento porque nós éramos umas pestes selvagens. Coisas que na adolescência nos irritava e a gente odiava e criticava na cara dela. A gente presenciou a cena tantas, tantas vezes, que elas fazem parte de quem somos hoje.
Um dia me pego na mesma situação que ela, agora com Matraca-Trica e Fofoquinha e, em um reflexo condicionado que nem percebi das primeiras vezes que aconteceu, reagi como ela costumava reagir. Os mesmos trejeitos de agressividade passiva, os tiques, o humor. Toda essa reposta em reação ao nosso comportamento que estava dormente de repente veio à tona, fora de controle. Fora de controle sim, porque não consigo parar!!
Eu virei a minha mãe.
AAAAAAAAAAAHHHHH.
Pavlov deve estar muito orgulhoso de seu trabalho.
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sexta-feira, 8 de abril de 2011
estômago embrulhado
Eu não vomito. Nem em caso de profunda infecção alimentar onde é melhor mesmo colocar tudo para fora e melhorar. Não tenho estômago para vômitos, nem meus nem de outros.
Assim como acostumamos nosso sistema digestivo a aceitar carne, feijão e pimentas, acostumamos nosso estômago a passar pelo parto, onde coisas absolutamente desagradáveis, como evacuar na frente de seu marido, obstetra, enfermeiras e residentes, acontecem. Mais tarde, em casa, acostumamos nosso estômago a lidar com cocô de bebê. Explosões que temos que limpar e nos consolamos porque sabemos que 1º não temos escolha, 2º é para o bem e conforto de nosso maior bem. Regurgitos são o próximo teste e se você não precisou de um Maalox para lidar com tudo isso, vem os vômitos. Limpar vômito espalhado pelo quarto as 3 da manhã acontece. No meu caso acontecia com frequência, Matraca-Trica por algum motivo vomitou muito durante uns 2 anos. Sempre achei que era castigo só porque não tinha estômago para lidar com a situação. Mas meu estômago deixou de ficar embrulhado depois de algumas vezes. Acostumei, assim como sangue, o primeiro ponto, as batidas , espinhos e arranhões. A gente faz isso tudo porque sabe que não tem importância perto do bem estar de nossas crias.
Para catástrofes naturais e qualquer tipo de violência contra seres vivos (flora e fauna), especialmente as aleatórias e estúpidas contra crianças, meu estômago nunca está preparado. Embrulha, tenho vontade de vomitar- veja você a ironia. Me falta ar, me sobram lágrimas, me faltam palavras para tantos sentimentos aflorando juntos.
Absolutamente nada nesse mundo vai consolar mães que perderam seus filhos. Elas vão limpar suas feridas, com estômago embrulhado, para nada. Para o vazio de suas almas.
Absolutamente nada nesse mundo vai consolar mães que perderam seus filhos. Elas vão limpar suas feridas, com estômago embrulhado, para nada. Para o vazio de suas almas.
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quinta-feira, 24 de março de 2011
a maçã da professora
A maçã da professora é aquela obrigação que a boa educação impôs aos pais de alunos, seja em festas religiosas ou civis, de dar presente ao mestre, com carinho. Acho que hoje em dia está faltando o carinho.
As mães (bem intencionadas, sem a menor sombra de dúvida) se organizam, discutem presentes para dividir entre as crianças da sala, se telefonam e trocam ideias, arrecadam o montante necessário, vão às compras, fazem pacotes e entre laços, papel e uma eventual tesourada sem malícia, se divertem, falam sobre a vida e comentam sobre essa obrigação, em tom de reclamação. No tal dia elas vão para a porta da escola e algumas das crianças tem o privilégio de dar o pacote para a "Tia". A participação de seu filho no processo foi, no máximo -e se ele já foi alfabetizado- assinar o cartão comprado. As mães, entre tanta reclamação, trânsito e trabalho, aproveitaram para se conhecer melhor e participar da ocasião festiva, por mais que elas achem um porre fazer tudo isso.
Vamos combinar que é muito mais prático comprar um ovo de Páscoa e mandar para a escola. Quem tem tempo nos dias de hoje? Já não basta o Natal, não? Agora, o que seu filho aprendeu sobre ______insira-aqui-a-ocasião-para-o-qual-ele-está-presenteando-a-professora______? Ele ficou com a mesma sensação que a mãe de satisfação e orgulho do que fez? Ele sabe mesmo o que comemora essa maçã que ele não subiu na árvore para colher? Outra pergunta, o que uma professora faz com 20 ovos de Páscoa (existe 95% de chance de que ela esteja controlando o peso)?
Matraca-Trica e Fofoquinha fazem o presente. Seja ele um cartão, um desenho sobre o assunto ou uma atividade. É um presente deles para o mestre. Com muito carinho. Os valores que eu quero que eles aprendam são os sentimentais, não o monetário. De quebra, o presente deles não engorda.
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segunda-feira, 21 de março de 2011
lembrança. inha
Em um único final de semana rolaram 3 festinhas. Essa é a média da casa por semana. A vida social de Matraca-Trica e Fofoquinha é incrivelmente mais intensa do que a minha.
Já presenciei várias barbaridades em festas infantis, desde mães que marcam uma segunda festa no mesmo dia e horário que outra mãe- depois que a primeira mandou os convites, até shows inapropriados para a idade das crianças.
Mas tem uma coisa que sempre me incomodou e deixei passar até que uma amãigua (mãe+amiga) me lembrou. São as lembrancinhas.
Antes de mais nada, esse pequeno gesto de gentileza tornou-se uma obrigatoriedade pavloviana. Meus filhos, ao escolherem qual festinha ir em um único dia em que 3 aconteceram (fui obrigada a não ir a uma delas, apesar de ser arroz de festa, por impossibilidade de horário, localização e cansaço das crias) deletaram uma que eles sabiam que não rolava lembrancinha. Achei feio da parte deles mas não os culpo, a tal da lembrancinha é um vício e as crianças estão condicionadas à elas.
A lembrancinha, como diz a terminação do nome, deveria ser tratada como tal. INHA. Um mimo de valor sentimental para a gente se lembrar com carinho da ocasião, não um presente. Não é extremamente desagradável quando seus filhos recebem um mimo para levar para casa que é mais caro do que o presente que você comprou para o aniversariante? Toda anfitriã deveria saber comedir seus atos em nome da boa educação e ter a consideração que a etiqueta social requer, afinal nem todos da sala de seu filho tem o mesmo poder aquisitivo, ou, como ouvi uma vez em uma dessas festinhas, é "do nosso nível social".
Uma pausa para explicar que quando ouvi o tom (deselegante) da conversa, levantei, recolhi os meus filhos e despedi-me. Educadamente.
A coisa escalou de um jeito que Matraca-Trica, ao abrir e olhar dentro de seu pacotinho outro dia teve o desplante de comentar indignado "Mas só isso?".
Vou começar um movimento anti-lembrancinha. De verdade, isso está acabando com os valores que tento, em vão, ensinar aos meus filhos. Gasto muita saliva, tempo e paciência e não vejo retorno algum.
Alguém me ajuda a fazer cartazes e piquete em porta de buffets infantis?
A coisa escalou de um jeito que Matraca-Trica, ao abrir e olhar dentro de seu pacotinho outro dia teve o desplante de comentar indignado "Mas só isso?".
Vou começar um movimento anti-lembrancinha. De verdade, isso está acabando com os valores que tento, em vão, ensinar aos meus filhos. Gasto muita saliva, tempo e paciência e não vejo retorno algum.
Alguém me ajuda a fazer cartazes e piquete em porta de buffets infantis?
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sexta-feira, 18 de março de 2011
mini fashionista
Propositalmente, até hoje evitei falar sobre mini-moda. Queria que o blog fosse mais direcionado ao design, mas ele está, a cada dia que passa, mais aberto. Design, vamos combinar, é um termo vago e abrangente. Moda é design também, entre tantas outras coisas.
Vocês gostariam de ver moda no bloguinho? Tenho visto coisas bacanas ultimamente e meus dedinhos estão começando a coçar no teclado do computador. Mas ainda me questiono. Help?
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domingo, 27 de fevereiro de 2011
arroz de festa
Tem festa, nós vamos.
Não importa se é batizado de boneca, chá para bichos de pelúcia ou aniversário do gato da família. Convite de festa infantil recebido é convite aceito e compromisso marcado na agenda.
Sexta feira me senti culpada por não ter ido na terceira do dia, Matraca-Trica e Fofoquinha não aguentaram. Simplesmente foi demais para eles. Também, vamos combinar, três em uma tarde só é demais até para mim. Mesmo assim estava disposta a ir, tudo para não deixar o aniversariante chateado. Nenhuma criança merece ficar triste no dia de sua festa.
Tá certo que dá uma preguiça enorme de encarar tanta festa o tempo todo, mas imagina se metade dos pais não levar os filhos na festa do amiguinho por falta de vontade de encarar mais uma rodada de coxinhas e risolis fritos em óleo de qualidade duvidosa com refrigerante. Imaginou a cara do amiguinho? Eu imagino e morro de remorso.
Já fui em festa em baixo de tempestade (tá certo que estava a poucos quarteirões) e fomos os únicos convidados a aparecer, para você ter uma ideia.
Tem outra coisa também que me incomoda: a lei da reciprocidade quando se trata de festa infantil é implacável para os adultos. Mesquinharia pequena, na minha opinião, mas que existe, isso lá existe. As crianças não são responsáveis pelo comportamento dos pais, mas estes não esquecem jamais de quem foi e quem não foi, pagando na mesma moeda.
Segunda-feira ligarei para a mãe do amiguinho cuja festa as crias não conseguiram ir e pedir desculpas. Só assim posso dormir melhor.
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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
tédio
Fofoquinha vem me dizendo, faz algum tempo e com certa persistência, como ela gostava muito mais de ir e voltar da escola de transporte escolar, ao invés de, isso mesmo, minha companhia. "Mas mamãe, tem vídeo na perua! Podemos comprar um vídeo também?". Imagine essa ladainha durante uma viagem de mais de 6 horas de carro nas férias.
O que aconteceu com olhar pela janela, admirar a paisagem e contar vacas pelo caminho?
Indo mais além, tem também giz-de-cera e IPads em restaurantes e salas de espera de consultórios, DVD em carros, celulares com jogos e monitores de TV everywhere. Todas essas "distrações" que providenciamos para ocasiões em que há uma certa espera, que mantém a cria sob questionável controle e nos dá um pouco de paz e sossego está fazendo com que nossos filhos não saibam o que fazer em situações de tédio.
Pensa bem, acabamos parecendo animadores de festa infantil, pois fazemos de tuuudo para que os pequenos não deem piti em público, não falem alto ou não nos olhem com "aquela" cara em aviões e restaurantes. Acontece que quando eles crescerem eu já vou estar um tanto velhinha para fazer esse número com eles em lugares públicos.
Tédio faz parte da realidade, da vida. Não fazer nada é uma lição dura de aprender, mas uma vez que a gente passa no teste, é como andar de bicicleta. O tédio faz com outras áreas de nossa massa cinzenta se exercitem, novas brincadeiras apareçam, as idéias para escrever no bloguinho, aquele origami de guardanapo que ninguém lembrava como fazia-ou você se lembra como fazer um barco/chapéu de dobradura? Tá certo que também é daí que idéias como rearrumar os CDs da casa ou experimentar todos os batons aparece, mas faz parte do aprendizado.
Contar os pingos de chuva caindo ou sentar em um banco para a ver a grama crescer faz bem. Todos nós precisamos dessa pausa. É um inferno ensinar mais essa lição para Fofoquinha e Matraca-Trica, mas enquanto Mamãe estiver levando e buscando as crias na escola, só vai rolar o bom e velho bate-papo. Aquele mesmo que começa sempre com a mesma frase :"Como foi o dia de vocês? Quero saber de tudo."
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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
consciência ambiental versus estética
Mamãe estava dançando em sua cadeira enquanto trabalhava ao som de Rolling In The Deep de Adele, assistindo youtube com o canto dos olhos, quando Fofoquinha entra e pede para repetir a música porque achou a voz da moça muito bonita.
Sentou para assistir o vídeo. Depois que ele acabou, me pediu para repetir.
"Mamãe, por que tem tanto copo de água? É desperdício, o mundinho vai ficar triste!".Aiai, pensei comigo mesma, respondendo brevemente que era para ficar bonito, que se tratava de um vídeo para ilustrar a música e que, de novo, era só para causar efeito e passar uma mensagem para quem assistisse.
"Mamãe, estão quebrando toda a louça, louça é vidro, o vidro vem da natureza, eles não podem fazer isso!" A menina está indignada, posso ver em seus olhos. "Por que estão deixando os prédios queimarem? São feitos de papel, que são feitos de árvores, que vem da natureza!"
Aparentemente Fofoquinha está aprendendo uma lição importante para seu futuro como pessoa, profissional, para seus filhos e os filhos de seus filhos. Ela, tenho certeza, já é uma cidadã consciente e do futuro. Espero que não cruze a linha e vire uma ecochata.
Mamãe, por outro lado, é um dinossauro em extinção, da geração em que alguns sacrifícios são feitos em nome da estética, pelo puro prazer de se encher os olhos. Por mais que tentasse explicar o conceito de arte, beleza e ruptura de valores, o paradoxo é demais para Fofoquinha.
Nota para mim mesma: levar mais os vikings a museus e exposições de arte.
A percepção deles, porém, já está irremediavelmente diferente da minha. O vídeo da Adele, em poucos anos, vai ser duramente criticado. Isso se alguém ainda se lembrar dela, já que essa geração também tem, além de uma nova consciência, memória de peixinho dourado.
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domingo, 30 de janeiro de 2011
sobre a vida doméstica de seres imaginários
Todo mundo tem tarefas domésticas a cumprir, desde a Sininho até a o gnomo de jardim. Você acha que Papai Noel acorda com aquela barba longuíssima toda penteadinha todo dia?
Esse também é o caso da Fadinha do Dente, que ontem, ao receber o aviso oficial de que havia um dentinho em baixo de um travesseiro na rua Tal e Tal, número duzentos trezentos mil infinito, estava fazendo o jantar. Ora, ora, o dentinho a ser trocado era de sua própria cria! Depois de toda a cozinhança a Fadinha do Dente lavou e guardou a louça, sentou para assistir TV com os filhotes, brincou e fez carinho, ajudou-os a escovar os dentes, leu uma história e os beijou, dando boa noite. Dentinho em baixo do travesseiro, a gente se vê mais tarde, pensou ela.
Ahhh, agora ela finalmente pode relaxar, serviu-se de algumas frutas ouvindo o silêncio da noite. Ligou a TV em seu programa favorito. Estava tão cansada de seu dia que adormeceu na frente dela.
Acordou em sua cama, atordoada sem se lembrar de como foi parar lá, por uma criança aos berros, as 6:35 da manhã, tentando explicar, entre soluços e lágrimas, que a Fadinha não tinha vindo, que o dentinho ainda estava em baixo do travesseiro.
E agora MacGyver, sai dessa que eu quero ver!
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segunda-feira, 15 de novembro de 2010
hoje não vem que não tem
Já teve dias que você acordou cansada e sem vontade? Eu acordo assim de vez em quando. Assim, com uma profunda preguiça da maternidade.
Tem dia que eu gostaria de ficar na cama, lendo, vendo TV e dormindo. O dia todo. Sem ouvir sequer uma voz, que dirá 65743865 vezes alguém chamar "Mamãe!". Essa coisa de ficar 24 horas por dia gerenciando a vida de pequenos seres, sem direito a férias, feriados ou finais de semana é deveras cansativo.
Ensinar, explicar, separar brigas, argumentar, guardar, entreter, cuidar, alimentar, e outros verbos de ação sem fim me fazem pensar nos comerciais manipulativos de produtos para bebê, quando as mães, ainda com pontos frescos da cesária, tem toda a energia do mundo para passar meses em claro com a prole e uma infinidade de brinquedos educativos em baixo da asa.
Oito anos depois, com mais uns 15 ainda por vir -se tiver sorte- tem dias que eu queria que Fofoquinha e Matraca-Trica já estivessem com 30 e tantos anos, morando fora de minhas quatro paredes.
Maternidade é tudo de bom e eu não trocaria por nada. Acontece que ela não é o que os comerciais vendem por ai e tem dias que a gente gostaria de fazer outras coisas que não envolvem crianças.
Leve em consideração que quem escreve tem quase nenhuma possibilidade de se ausentar e Fofoquinha e Matraca-Trica são presença constante em minha vida, mesmo que um deles vá dormir na casa da vovó, o outro fica com Mamãe.
Tem dias que um deles acorda do lado errado da cama e o azedume inferniza a rotina da casa e os demais moradores. Tem dias que eles estão tão entretidos em alguma brincadeira que parecem os filhos-bolha: nenhuma tentativa de fazer-se ouvir penetra o perímetro da brincadeira, que sempre envolve algo perigoso, proibido ou faz uma enorme sujeira pela casa. Nesses dias, depois de muitas tentativas frustradas e muito tempo depois que a gente mandou a pedagogia dos livros para o espaço, dá peguiça. Dá frustração, deixa a gente irritada, de mau humor.
Aí aparece Matraca-Trica pelas costas e me abraça e me beija 56 vezes -ele contou. Como uma viciada em substâncias entorpecentes pesadas que recebeu mais uma dose, me sinto pronta para enfrentar os vikings até o final do dia. Amanhã tem mais.
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quinta-feira, 21 de outubro de 2010
dilema e gastronomia
-Venham almoçar, crianças! Lavaram as mãos?
Logo vieram Matraca-Trica, Fofoquinha e Smurfete para a mesa. Fofoquinha convidou a amiguinha para brincar depois da aula. Fofoquinha se sentou à minha esquerda e Matraca-Trica à minha direita.
O almoço era comidinha caseira em homenagem de nossa convidade de honra: arroz, feijão, salada, bife e ovinhos de codorna. Eu também tenho um chato em casa que não experimenta nada, então resolvi matar dois coelhos com uma cajadada só. Para as gourmets (Mamãe e Fofoquinha) havia um prato thailandês, de carne com pimentão, gengibre e outras especiarias.*
-O que você quer, Smurfete?- Perguntei.
- Arroz e ovinho, tia.- Ela me respondeu.
-Não quer uma saladinha, nem um bife ou feijão?
-Não gosto.
Ainda insisti na história e coloquei um pedacinho de bife no prato dela.
Fato é que essa não é a primeira vez que isso acontece e com certeza não vai ser a última. Tá certo que eu não espero que as outras crianças tenham o mesmo paladar aventureiro que eu e Fofoquinha. Eu sei que elas estão mais para a negação em pessoinha sentada do meu lado direito.
Perguntei o que a Smurfete costuma comer na casa dela, para fazer da próxima vez que ela vier, pois claramente meu menu não agradou a visita.
-Em casa a gente come nuggets, batatinha de carinha e macarrão.
Senhoras e senhores, apresento aqui o meu dilema. As duas primeiras opções nunca entraram em casa, são reservadas somente para festas de aniversário. Da última ninguém escapa.
Até onde se vai para acomodar as visitas quando existe uma divergência assim tão grande de filosofias? Filosofia sim, pois se tem um assunto (outro) que eu levo muito à sério é gastronomia- se vocês leram a página de apresentação dos contribuintes da Vogue Kids, sabem que a minha resposta para o que eu queria ser na vida era Chef.
Serei fadada a fazer macarrão para o resto da vida em dias de brincadeira? O pior é que nem me aventurar em molhos vai ser possível. Alle vongoli? Nem pensar. Com salmão defumado e crème fraîche? Rá.
E aquelas histórias de coisas que as crianças experimentam na casa das outras e acabam gostando? Minha irmã aprendeu a comer bacalhau só na casa da amiga, história que minha mãe não se cansa de contar.
O que faço com as alcachofras agora?
* Esse primeiro dilema eu resolvi mais ou menos. Mais para o menos. Não vou deixar de comer o que gosto por causa do chato. Dependendo do meu humor e do grau de exoticidade do prato, faço uma alternativa mais familiar para quem não quiser experimentar.
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