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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

curtas: tgif




Thank God It's Friday. Assim não preciso olhar na cara dos seguranças da escola até segunda. Mesmo assim acredito que serei chacota por um bom tempo, não vai ter como evitar.
Sabe aquelas filas intermináveis em porta de colégio? Aquelas que a gente encara duas vezes ao dia, dez vezes na semana, quarenta e poucas por mês?
Lá estava eu hoje sonhando com sábado, com a ausência desse perrengue. O senhorzinho anuncia os nomes de Fofoquinha e Matraca-Trica, que saem correndo como se a escola estivesse em chamas. Os dois entram pelo mesmo meio fio, sempre.
Fofoquinha entra, a porta do carro bate. Eu dou partida e engato a primeira, já manobrando para dar espaço ao carro de trás e ao mesmo tempo perguntando como havia sido o dia, se haviam comido o lanche, enfim, aquela conversinha fiada que a gente incentiva para que nossas crias falem um pouco conosco, dividam um pouco de seu dia do qual perdemos completamente o controle.
Meio quarteirão depois, Fofoquinha me pergunta, em um tom de voz bem nonchalant:

-Mamãe, porque você não esperou Matraca-Trica entrar no carro?


domingo, 31 de julho de 2011

curta: reflexões sobre a areia/ reflections about sand



Se existem duas coisas no mundo que entretem crianças por horas a fio, essas duas coisas são: caixa de papelão e areia.
Sobre a primeira, não foi à toa que já foi catalogada e assumida como brinquedo. A areia, por outro lado, fascina crias em sua tenra idade, antes mesmo de aprender a andar. Não tem nada mais gostoso do que afofar na mão um bom punhado de grãos e colocá-los, de uma só vez, na boca. Acontece de tudo quando se junta crianças de todas as idades, até as de terceira (idade) e areia. Vem aqui para saber o que já passou pela minha cachola.
Nessas férias eu trouxe um livro para a praia para ler. O tempo virou, o mar ressacou. O livro ali, me olhando. E eu olhando para ele e trabalhando duro como centro de diversões infantil. Quando a imaginação esgotou, enfiei Fofoquinha e Matraca-Trica no carro e para a praia fomos, roupas de banho, lanchinho, agasalhos e baldinhos. O tal do livro debaixo do braço na esperança de ser aberto. Só na esperança.
Já que não dava para entrar na água e havia feito o depósito mensal no fundo terapia para os dois, resolvi dar mais munição para o profissional que os irá atender no futuro.
Pés na areia, Fofoquinha e Matraca-Trica enlouquecidos para entrar no mar e furiosos por não poder, achei que era hora de uma distração. Inventei um concurso: quem conseguisse cavar um buraco até a China seria o vencendor.
Três horas de exercício em vão que não leva a nada depois, eles cavaram um buraco que ia até os respectivos umbigos. Que tipo de mãe faz isso com os filhos?
Aquela que, em compensação, conseguiu ler quatro páginas in-tei-ri-nhas antes da primeira interrupção. Esse tipo de mãe.


If there are two things in life that can entertain kids for hours and hours, these things are: cardboard boxes and sand. The first one is catalogued as toy already. Sand, on the other hand, fascinates kids of all ages and babies. Even before they turn into toddles, they love to feel the texture of it, then grab a handfull and put in their mouths. Oh joy.
It's winter vacation in Brazil. This means we still go to the beach on some points of the country, like Rio de Janeiro, where we were. This vacation I brought a book to try to read (wishful thinking never dies). It's not always that you can go to refresh yourself on the shore, sometimes the ocean is closed for business and Mamãe here has to act as a entertainment center for the cubs. At some point of the day I exhausted all the play possibilities, got everybody into the car and to the beach we went, swimming suits on, snacks, shovel and buckets, a sweater just in case and my book.
Getting into the water was out of the question, so I've decided to torture my kids: the first one to dig a hole in the sand to get to China would be the winner. Three hours of pointless exercise later, they dig a hole deep enough up to their belly buttons. What kind of mom does that to their kids?
With that I read four uninterrupted precious pages of her book before the kid's first cry out for whatever they wanted at the time. That's the kind of mom.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

curta: ah, homens!


Li o post O Cúmulo do Pai da Anne, no Super Duper e fiquei rindo sozinha.
Anne, você não está sozinha nesse mundo, saiba. 
Certa noite Mamãe deixou as crias com o pai porque tinha uma reunião bem na hora do rush caseiro (banho, jantar, sobremesa, colocar para dormir). A hora do jantar em casa, para Fofoquinha e Matraca-Trica, é as 18h30. Mamãe deixou tudinho bem organizado -roupas, o jantar, material escolar- para não haver problemas.
Lá pelas 8 da noite ela ligou para saber se estava tudo bem. 
A conversa foi a seguinte:

-Porque está esse barulho todo por aí? Pergunta ela.

-É porque os dois estão com fome. Já pedi uma pizza e ainda não chegou.

-PIZZA? A essa hora? Eles já deveriam estar na cama! Porque você ainda não deu o jantar para eles?

-Mas não tem comida em casa.

-Como não tem comida? Você abriu a geladeira?

-Ahh. Não.

domingo, 27 de março de 2011

curta: com que língua eu vou?


Uma coisa boa sobre a educação das crianças do século XXI é a exposição à diferentes culturas e línguas do planeta. O mundo está mesmo ficando menor.
As escolas ensinam mais de uma língua e isso faz com que o vocabulário em Esperanto das nossas crias aumente exponencialmente.
Vira e mexe Matraca-Trica me pergunta como se fala  _______insira aqui uma palavra do cotidiano_______ em inglês, ou espanhol, francês e até em japonês. De vez em quando são frases completas.
Para sua última pergunta, porém, fiquei sem palavras:

"Mamãe, fala em letra cursiva comigo?"

sábado, 22 de janeiro de 2011

curta: pintos 2- a confirmação


Faz muito tempo escrevi sobre minha teoria sobre onde nasce o trauma masculino com o tamanho, ou falta de, do pinto. Foi aqui, ó. Para quem não leu, recomendo fazê-lo antes de continuar senão não vai dar para entender a moral da história.
Foi lá? Leu? Posso continuar? Então lá vai.
Hoje eu dou minha mão à palmatória e 100% de razão ao meu amigo.
Nessas férias fomos visitar vovó, que mora em outra cidade. Na mesa de jantar, família reunida, todo mundo querendo contar tudo o que aconteceu nos últimos tempos, de repente um buraco de silêncio, todo mundo mastigando e recuperando o fôlego. Matraca-Trica se sentiu na obrigação de dizer alguma coisa e abriu a boca, em alto e bom tom:
-Vovó, sabia que meu papai tem um pintinho GIGANNNTE e peludo? Eu vi quando fui fazer xixi com ele.

sábado, 2 de outubro de 2010

curta: bienal



Acabei de voltar da Bienal de São Paulo, onde, em um momento de insanidade, levei Fofoquinha e Matraca-Trica para continuarem sua jornada pelo mundo das artes. Em um sábado. Chuvoso. Em véspera de eleições, com todo mundo na cidade.
Honestamente estava esperando que eles se comportassem como dois vikings em uma loja de cristais Kosta Boda. Basta eu falar "não pode mexer" que o efeito contrário acontece. Eles ainda não entenderam o conceito "olhar com os olhos". Fofoquinha e Matraca-Trica precisam- isso mesmo, precisam, é uma coisa visceral- tocar em tudo, experimentar com todos os sentidos.
Para minha surpresa não entramos em uma loja de cristais. Ahh, é por isso que gosto de arte contemporânea. Fofoquinha e Matraca-Trica são dois vikings e se comportaram como tais, isso não tem como negar. A loja, porém, era lúdica, cheia de instalações com muito entra e sai, sobe e desce e com o bonus de ter um quê de zoológico, por conta dos urubus.
Vamos voltar algumas vezes, pois para essa crítica de arte leiga, a Bienal é um grande parque de diversões. Para todas as idades.

nota: instalação de Henrique Oliveira, que meus dois jurados deram nota 10 e só saíram de dentro mais de 40 minutos depois de entrarem (e sairem. e entrarem. e sairem. e entrarem de novo. entendeu, né?), sob ameaças variadas que foram escalando porque Mamãe estava sendo ignorada completamente tamanho o divertimento deles.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

curta: honestidade


Não é sempre que tenho certeza sobre a qualidade da educação de Fofoquinha e Matraca-Trica. Quem não tem muitas dúvidas a cada ação, a cada vez que abrimos a boca sem medir as palavras e conteúdo do que vamos falar? Ninguém consegue se vigiar 24 horas por dia, todos os dias. A gente faz o que pode. E dá-lhe terapia para segurar a culpa.
Fiquei muito contente em ter prova de que alguma coisa estou fazendo corretamente. 
Fofoquinha estava, ontem, às voltas com a lição de casa de matemática. Não saía de jeito nenhum. Meia hora se passou e a questão continuava lá, em branco. Mesmo com ajuda de Mamãe em direcionar o raciocínio para o lugar certo, não aconteceu nada.
Por fim desistí. Pedi a Fofoquinha que fechasse o caderno e levasse o problema de volta para onde veio, a escola.
Ela me respondeu que iria escrever um bilhete para a professora e se eu poderia, por favor, ver se ela havia feito algum erro de português.
Com a ortografia corrigida, o bilhete dizia:
"Professora, eu não sei a resposta dessa pergunta por que quando você explicou eu estava conversando e eu não prestei atenção na explicação."


sexta-feira, 23 de julho de 2010

curtas: prazo de validade

Se a fábrica faz dois produtos no mesmo espaço de tempo, com os mesmos ingredientes, na mesma ordem, porque eles tem prazo de validade diferente?
Dois exemplos distintos:
1. Fofoquinha é arroz de festa no sentido mais puro da expressão. Gosta de ser a primeira a chegar e só sai depois de muita insistência, quando já estão recolhendo os copos para lavar e varrendo o chão. Bobeou ela começa a ajudar na arrumação só para não ter que ir embora. 
2. Matraca-Trica, por sua vez, expira no meio de seja lá o que for. Na festa de seu próprio aniversário de 3 anos, por exemplo, teve que ser levado embora no meio da comemoração. Depois de 1 hora e meia de festa, começou com um tal de "Quero ir embora, quero ir embora, quero ir embora" que não houve como segurá-lo. Só nos restou avisar aos pais convidados que iríamos apagar as velinhas mas que a festa continuaria por mais tempo. Matraca-Trica foi para casa e a as brincadeiras continuaram rolando solta por mais algumas horas.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

curta: aconteceu.



Sexta-feira foi um daqueles dias. Dia cheio, dia de vai e vem. Dia em que, entre um vai ao dentista e outro vai para casa, um ficou na escola. Esquecido.
Histórias clássicas de infância todo mundo tem e os temas são variados. Um deles é esse. Quem ainda não se atrasou muito ou esqueceu a cria em algum lugar?* Estamos tranquilamente em algum lugar, cuidando da vida, no caso estava com Fofoquinha do outro lado da cidade as 6 de uma tarde de tempestade na cidade, quando toca o telefone que faz nosso coração para de bater por 1 segundo. Aconteceu alguma coisa com a senhora? Seu filho ainda está aqui na escola. A aula acabou as 5.
Pronto, o telefone quase cai da mão enquanto a gente repassa o dia todo como se fosse o último suspiro de vida ao mesmo tempo que tenta recuperar o batimento cardíaco e estabilizar a carga de adrenalina.
Mea culpa. Não tem desculpa. Por sorte vovó estava perto e deu fim a minha agonia. Matraca-Trica chegou em casa depois de tomar banho, jantar, passar a tempestade e trânsito. Abriu a porta de casa, me beijou e disse, como quem pergunta sobre as horas: "Mamãe, sabe porque eu cheguei tarde?"
Olhei para a cara da criaturinha e respondi com uma pergunta. Porque?
O moleque olhou para mim e , em tom de "como assim você não sabe??", me responde:
PORQUE VOCÊ NÃO FOI ME BUSCAR.
Depois dessa só restou pegar um chicote com cilício e me flagelar, Opus Dei style.

*Eu sei, você mãe consciente, nunca fez esse número. É só uma questão de tempo, lamento informar.

domingo, 28 de março de 2010

curta: noites mal dormidas dão nisso

Ultimamente tenho pensado nos tempos em que Fofoquinha nasceu. Muito ficou sem registro simplesmente porque blogs ainda não existiam na época. Tampouco minha vontade para escrever. Já que ninguém acredita nessa história quando conto, melhor dar a cara a bater logo. Aconteceu. E não foi uma vez só, foram duas, lamento informar.
Uns dois ou três meses depois de amamentação a cada 3 horas do dia ou noite, passei a mão no telefone para ligar para o pediatra.
-Pois não?
-Gostaria de marcar uma hora com doutor Cohen para minha filha. Tem horário esta semana?
- Ela está doente? Perguntou a recepcionista.
-Não, visita de rotina e vacinas.
-Pois não, senhora. Quem está falando?
-Aqui é a mãe da. A mãe da....
Branco. Nada. Nada vinha em minha mente.
-Senhora?
-Esqueci o nome da menina. Esqueci!! Como ela chama mesmo???!
-...
-Como pode uma mãe esquecer o nome da filha??!! Só um minuto, por favor.
E tapando o bocal do telefone com a mão para não me ouvirem gritando, mais por desespero e inconformismo do que qualqer outra coisa:
-Marido, como chama a menina mesmo?


segunda-feira, 15 de março de 2010

curta: arquivo x

Assistindo um comercial de TV de um filme qualquer de ficção científica com seres extraterrestres, lembrei-me de uma coisa que aconteceu a 3 milhões de anos luz atrás. Eu sei que corro o risco de ser oficialmente taxada de doida com a minha teoria sem pé mas com certa cabeça. Como é de domínio público que perdi o bom senso à muitos anos atrás, vou me envergonhar publicamente mais uma vez.
Quando Fofoquinha tinha um mês ou dois, amamentando na penumbra da noite, caiu uma ficha. Deveria ser mais para dois meses, tempo esse suficiente para a gente começar a delirar como se tivesse tomado um ácido por causa do cansaço e falta de sono profundo. Não foi mais do que isso porque senão eu já estaria adaptada à essa condição perpétua e nem teria prestado atenção no fato.
Existe um arquétipo quando se trata de seres extraterrestres, concorda comigo? Eles tem as extremidades finas, a cabeça em formato de gota invertida e olhos amendoados enormes. São carecas, não tem queixo nem nariz e quase não tem lábios. Justifica-se o design como uma evolução natural dos seres humanos.
Percebeu como isso é uma coisa mundial? Essa sensação de que já se viu esses seres antes? Eles tem alguma coisa de familiar que a gente não sabe bem donde vem, como um cheiro que a gente tem certeza que conhece mas não consegue ligar o nome ao dito cujo. Tem quem vá alegar que a inspiração veio de insetos, mais especificamente o louvadeus. Afinal o bicho é verde, não é?
Agora, você já prestou atenção em bebês recém nascidos na penumbra quando estão amamentando e com os olhos bem abertos, olhando de volta para você? Então olhe bem.
Olhe muito bem.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

curta: sobre a inveja fraternal

Para se machucar, uma criança não precisa de absolutamente nada além de uma idéia de jerico, coordenação motora em desenvolvimento e ausência de uma gente grande por perto para dar um berro na hora H de "Pára!!! Você está louco??? Isso não pode, você vai se machucar!".
Pois foi nessa combinação de fatores que Fofoquinha ganhou seu primeiro braço engessado: virando cambalhota na sala enquanto Mamãe escrevia para o bloguinho no estúdio.
Matraca-Trica ficou em casa enquanto Fofoquinha estava no Pronto-Socorro sendo atendida. Na volta, não conseguiu conter a emoção de ver aquele bololô no braço da irmã. Era fascinante , simplesmente fascinante. Ele não aguentou e perguntou à Fofoquinha:
"Me conta direito como foi que você se machucou?"
"Porque?" perguntei eu.
"Mamãe, quero saber o que a Fofoquinha fez direitinho porque eu quero fazer igual para engessar o braço como ela!".


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

curta: a primadona da dramaturgia mexicana

Fofoquinha está em fase de alfabetização. Quando a coisa começou a ficar séria e os alunos todos começaram a ler, ela amarelou.
Muita conversa com a "Tia" depois, nada. A "Tia" veio falar comigo. Era a minha vez de ter a tal conversa com ela. Ensaiei um texto e chamei a criança:
-Fofoquinha, ler é uma coisa muito gostosa. Lembra como você aprendeu a andar de bicicleta? Primeiro com rodinhas, depois sem rodinhas. Lembra como não foi fácil aprender a andar sem rodinhas? Mesmo assim você não desistiu, não é? Hoje você anda de bicicleta como a mamãe e o papai. Ler é a mesma coisa, no começo é um pouco difícil mas quanto mais a gente treinar, mais fácil vai ficar.
Atenção agora para a foto acima. Se eu soubesse mais sobre Photoshop, colocaria a cara de Fofoquinha nessa exata pose e expressão. Pois com ela veio a seguinte frase:
-Mas mamãe, eu não nasci para saber ler!
Nem pestanejei a resposta:
-Minha querida, você vai ter que aprender a ler pelo menos para decorar o seu papel na ponta que vai fazer em várias novelas de terceiro escalão de algum canal de TV mexicano. Vamos começar com essa frase deste livrinho que a mamãe escolheu para você.-disse, abrindo o livrinho da história do Lẽao e o Jabuti.

domingo, 18 de outubro de 2009

curta: clássicos infantis

Deixei cair um pecinha atrás do sofá. Quando olho, não só acho a preciosa pecinha-que só porque era pequenina e eu precisava encaixar em outra maior, pela lei de Murphy, iria rolar para atrás de alguma coisa de difícil acesso- como também um ninho. Loiro. Pelo comprimento das madeixas poderia ser tanto de Fofoquinha como de Matraca-Trica.
Demorou, pensei comigo mesma. Quem não cortou o próprio cabelo quando era pequeno põe o dedo aqui! Tesouras são uma fonte de inúmeras tentações: roupas, brinquedos, livros e....cabelos. A volta da escola hoje iria ser bem interessante.
O detalhe é que isso aconteceu em uma casa em que a mamãe (eu) está a beira de uma doença psicológica grave em relação ao cabelo de suas crias. Cortados a perfeição por um cabelereiro de gente grande de super confiança (quem mais poderia fazer um moicano em Matraca-Trica que quando está sem gel parece um corte normal?) sob meu atento olhar e penteados a miúda, os dois são sempre motivo de elogios dos outros por causa de suas madeixas. Eu daria uma betazóide de primeira em Star Trek Next Generation.
Bom, Matraca-Trica está com a loirice intacta. Já Fofoquinha....
Achei, entre seus longos e repicados fios que ela tem a vã esperança de que um dia fiquem do mesmo comprimento do cabelo da Barbie Rapunzel-não basta só ser a Rapunzel, tem que ser a Barbie Rapunzel, um trecho que mais parece um eletroencefalogramo.
Como na vida tudo o que você disser pode e será usado contra você, quando perguntei o motivo de tal barbaridade capilar ela respondeu:
-Para meu cabelo crescer forte e bonito, mamãe! Empresta a tesoura de novo?

domingo, 20 de setembro de 2009

curta: lenda urbana?

Me contaram o causo por agora. A pessoa jura de pé junto que estava presente, foi uma testemunha ocular. Para mim, essa é boa demais para não ser lenda urbana. Se não for, espero sinceramente que vire uma!

Em uma fila de caixa em um supermercado, uma senhora com carrinho e uma mãe com um filho de mais ou menos 10 anos atrás. No caixa ao lado, a pessoa que me contou a história.
Diz ele que o menino ficava batendo com o carrinho nas pernas e costas da senhora e que a mãe nada fazia para repreender o moleque.
A certo ponto, conta ele com ganas de ir lá e fazer o menino parar (não entendi porque não foi), a senhora vira para o menino e pede:
-Você poderia parar, por favor? Está me machucando.
A mãe do menino responde por ele:
-A senhora me desculpe mas em casa não o proibimos de fazer nada.
No caixa do lado oposto a que isso acontecia, um senhor ouve e sem perder tempo pega uma embalagem de ketchup, anda em direção a mãe, abre a embalagem e vira na cabeça dela dizendo:
-A senhora me desculpe, mas minha mãe nunca me proibiu de fazer nada em casa também.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

curta: maria imaculada



É muito fácil acabar com a imagem de mãe-toda-poderosa-imaculada-filha-de-maria. Nem tinha idéia de como nossa reputação era frágil. Era (assim no passado mesmo), por que a minha já foi ralo abaixo no esgoto da dignidade humana.
Lá vou eu me humilhar mais uma vez contando a vocês o que se passa entre as quatro paredes da minha vida (nada) privada (a essa altura do campeonato):

Era hora de dormir. Estava eu no quarto das crias acabando de ler um livro para eles e dando um beijinho de boa noite quando ouvimos um barulhinho. Daqueles desagradáveis. Daqueles que a gente sabe bem qual é e daonde veio. Imaginem se Fofoquinha e Matraca-Trica iam deixar passar batido:
-Mamãe, a Fofoquinha soltou um pum.
-Não fui eu não. Eu não soltei pum nenhum, mamãe. Foi Matraca-Trica.
-Não fui não. A Fofoquinha está dizendo que fui eu mas não foi. Eu não soltei pum!
-Mamãe, ele está mentindo! Eu não soltei pum, então só pode ter sido ele!
-Gente- confesso eu,... aliás confesso também que ia fazer cara de paisagem como manda a boa educação, mas minha tentativa foi frustrada tamanho o rebuliço ao redor do fato- que soltou pum fui eu.

Pois é, senhoras e senhores. Eu solto pum. A cara deles- olhos esbugalhados, um esboço de sorriso no canto da boca e um ponto de interrogação E-NOR-ME piscando em mil cores de neon no lugar do terceiro olho- mediante essa confissão veio acompanhada da seguinte frase de Matraca-Trica que falou pelos dois, na verdade:

-Mas...mamãe....as mamães soltam pum?!




quinta-feira, 2 de julho de 2009

curta: tá boa?

Último dia de aulas, muitos abraços, beijos e despedidas carinhosas. Todas as professoras nos desejando bom descanso.
Francamente, o que passa na cabeça dessas mulheres? Bom descanso?? Engraçado como nossa idéia de descanso é diferente: na minha cabecinha, descanso é não ter hora para acordar, passar metade do dia na cama, depois almoçar com uma boa taça de vinho tinto e boa conversa. Passar a outra metade do dia em um spa ou cinema e finalmente levar 4 horas jantando entre amigos. 
Na cabeça delas passar o dia to-di-nho pensando em atividades com crianças e executando (em particular nos dias de chuva) malabarismos para passar o tempo-estamos falando de cinco semanas, gente. CINCO!- é descansar. Não canso de repetir, amo de montão a beça Matraca-Trica e Fofoquinha, mas nós também temos que trabalhar, fazer supermercado, queremos um tempinho para namorar ou olhar a grama crescer (sem falar na manicure, visita a consultórios médicos ou dentistas, etc).
Quando as professoras vieram alegremente com a linha "Bom descanso", respondi sem pensar "Tá boa, santa?". Depois de uma breve desculpa, expliquei nosso ponto de vista, o das mães:
Descanso vou ter no dia 3 de Agosto as 13:02 hs. Dia em que eles voltam para a escola, dois minutos depois de deixá-los com suas respectivas "tias" descansadas.

terça-feira, 9 de junho de 2009

curta-o que a raiva faz com a gente

Existe uma linha fina e delicada na harmonia entre pais e filhos. Quando uma das partes cruza essa linha, escorrega e leva um tombo. Quem levou o tombo desta vez, só para variar um pouco, fui eu. E foi de tanto rir.  
Já mencionei aqui como palavras de baixo calão não são admitidas em casa, ou melhor não eram, até pouco tempo. Depois do que vou contar, abri algumas excessões para as palavras para nós adultos até inocentes como "bobo", "chato" e "feio". Cheguei a conclusão de que  Fofoquinha e Matraca-Trica precisam de uma válvula de escape para se expressar quando estão muito, muito zangados. Se nós não fornecemos uma, eles aprendem, sem precisar de muitas aulas, a maravilha que é o sarcasmo. E eu ainda não estava preparada para isso.
Matraca-Trica fez uma malcriação qualquer outro dia e como cereja do sunday machucou Fofoquinha. Coloquei-o de castigo. Ele ficou furioso. Colérico. Ainda por cima queria ir para o cantinho do castigo com o carrinho que estava brincando. Fiz o moleque me dar o carrinho. Ele, tadico, estava se controlando, no meio de sua fúria, para não falar nenhum palavrão.
-Sua...sua...SUA!
Por fim achou a palavra certa, e berrou, muitíssimo bravo, com toda a força de suas cordas vocais:
-Sua LIIINDA!

sábado, 2 de maio de 2009

curta-duas rápidas

#1
Matraca-Trica está na banheira brincando. Ele para, levanta o pinto, vira para mim e pergunta (levou nada mais nada menos do que 4 anos para o moleque se dar conta):
"Mamãe, o que é isso em baixo do meu pintinho?"
"Seu saquinho", respondi contendo o riso e pensando cá com meus botões:"4 anos e essa agora!".
Não acabou aí, não. Essa é curtinha mas nem tanto. Ainda teve a pièce de résistance:
"E para que serve?"

#2
Estamos almoçando fora-no clube- num desses dias de interminável feriado. Matraca-Trica me pede para ir ao banheiro. Vai na frente, independente que é. Entra no reservado do banheiro público e antes que pudesse impedir, passa a mão inteira no assento do vaso. Levanta a mãozinha, esfrega os dedos e diz: "Hi mamãe, está sujo!". A mim só resta ponderar, lividamente, se amputo a mão dele alí mesmo, naquele instante.

sexta-feira, 27 de março de 2009

curta-cantigas

Fofoquinha tinha mais ou menos 2 anos. Eu sempre cantava musiquinhas de ninar para ela, principalmente na hora da sonequinha da tarde. 
Logo ela começou a cantarolar (o que conseguia falar, afinal algumas palavras eram muito complicadas para a coordenação) algumas cantigas que ela lembrava durante o dia quando estava acordada.
E assim passei uns dez meses ouvindo a cria cantando, toda orgulhosa de si "O Carro brigou com a Roda".
O quê, você achou que eu iria corrigir??? Imagina, era o melhor momento do dia para mim!

PS: eu não quero estar viva quando ela for maior e começar a ler o que escrevo sobre ela e o irmão no blog....